Perca medo dos derivativos: 10 estratégias com opções para ganhar na alta, baixa ou lateralização

A lista das operações foi elaborada pelo estrategista e mestre dos derivativos Su Choung Wei

Paula Barra

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SÃO PAULO – Muita gente torce o nariz ao ouvir falar sobre opções. Uns acreditam que seja cemitério de malandro, outros se assustam com os termos peculiares desse mercado (calls, puts, strike, as gregas delta, theta, gamma, entre outros). Mas, ao contrário do que muitos pensam, os derivativos são basicamente como um seguro de carro e podem ser usados de maneira excelente para proteção de carteira, assim como para potencializar os ganhos nos mais diversos cenários.

Para ajudar a desmistificar esses contratos, o estrategista e professor Su Choung Wei, dono do curso “Aprenda a Investir em Operações Estruturadas” (não conhece? veja aqui), preparou uma lista para o InfoMoney das 10 estratégias com opções mais usadas pelo mercado para ganhar na alta, baixa ou lateralização.

Quer saber como funciona cada uma delas? Confira a lista abaixo:

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1 – Financiamento ou venda coberta
Operacional: compra uma ação e vende uma opção.
Exemplo: compra uma ação da Vale (VALE3) a R$ 41 e vende a opção VALEA41 (entenda como funciona esses códigos ao final da matéria) a R$ 1. Ou seja, desembolsa R$ 40 na montagem.
Objetivo: ganhar a taxa dada pelo prêmio ou reduzir custo de compra.
Risco: a ação cair demais e não dar exercício no vencimento da opção (sempre na terceira segunda-feira do mês).
Viés: a ação estar acima do strike financiado
Resultado: recebe R$ 41 se estiver acima de R$ 41.

2 – Trava de alta ou bull spread

Operacional: compra uma opção com preço de exercício (strike) menor e vende uma opção de strike maior.
Exemplo: compra VALEA40 a R$ 1,50 e vende a opção VALEA42 a R$ 0,80, tendo um custo na montagem de R$ 0,70.
Objetivo: ganhar a diferença entre os strikes de VALEA42 (R$ 42) menos VALEA40 (R$ 40).
Risco: não dar exercício no strike superior.
Viés: a ação estar acima do strike superior.
Resultado: acima de R$ 42, o investidor recebe R$ 2; acima de R$ 40, recebe a diferença da ação com R$ 40.

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3 – Trava de baixa
Operacional: compra uma opção de strike maior e vende uma opção de strike menor.
Exemplo: compra a VALEA42 a R$ 0,80 e vende a opção VALEA40 a R$ 1,50, recebendo R$ 0,70.
Objetivo: embolsar a diferença de R$ 0,70.
Risco: ficar acima de R$ 40 e ter que devolver dinheiro.
Viés: a ação estar abaixo do strike mais baixo.
Resultado: embolsar os prêmio se ficar abaixo dos R$ 40; e se estiver acima, pagar a diferença para R$ 40, limitando a devolução a R$ 2.

4 – Borboleta ou Butterfly
Operacional: compra uma opção baixa, vende duas intermediárias e compra uma acima.
Exemplo: compra a VALEA40 a R$ 1,50, vende duas da VALEA42 a R$ 0,80 e compra uma VALEA44 a R$ 0,40, tendo um custo de R$ 0,30.
Objetivo: ganhar com o desgaste do miolo vendido. Com a ação nas proximidades de R$ 42, o investidor pode ganhar até R$ 2 no vencimento da opção.
Risco: a ação cair abaixo dos R$ 40 ou subir acima dos R$ 44.
Viés: a ação estar próxima do miolo (R$ 42).
Resultado: o investidor pode receber teoricamente até R$ 2 se a ação ficar exatamente em R$ 42, mas entre R$ 41 e R$ 43 o resultado ainda é muito bom.

5 – Condor ou mesa ou trapézio
Operacional: usa 4 pontas, sendo duas compradas e duas vendidas.
Exemplo: compra VALEA40, vende VALEA41, vende VALEA42 e compra VALEA43.
Objetivo: ganhar com o desgaste dos miolos (R$ 41 e R$ 42)
Risco: cair abaixo da ponta inferior ou subir acima da ponta superior.
Viés: a ação ficar entre os dois miolos.
Resultado: entre R$ 41 e R$ 42, o investidor recebe R$ 1. Entre R$ 40 e R$ 41, recebe a diferença para R$ 40. Já entre R$ 42 e R$ 43, recebe a diferença para R$ 43.

6 – Seagull
Operacional: vende uma opção de venda (put) abaixo do preço da ação e faz uma trava de alta com o embolso de modo que fique próximo a zero o custo.
Exemplo: vende a PETRM20, compra a PETRA22 e vende a PETRA23.
Objetivo: ganhar na trava de alta ou no desgaste da put.
Viés: alta, mas com uma proteção de 5% a 10% na baixa.
Resultado: se a ação subir muito, o investidor ganha R$ 1; se cair até os R$ 20, não perde nada; já abaixo desse patamar, o investidor será exercido na put e terá a obrigação de comprar a ação a esse preço (R$ 20).

7 – Fence
Operacional: para quem tem a ação, vende uma opção de compra (call) fora do dinheiro e com o embolso faz uma trava de baixa com a put.
Exemplo: vende a PETRA22 e compra a PETRM20 e vende a PETRM19.
Objetivo: ter uma certa proteção contra a queda, mas o ganho também fica limitado.
Viés: alta ou uma baixa leve da ação.
Resultado: se cair, a fence protege o investidor em R$ 1; se subir, ele é executado na call, trocando a limitação do ganho da ação por uma proteção limitada na queda.

8 – Collar
Operacional: quem tem a ação, vende uma call fora do dinheiro e compra uma put na linha do dinheiro ou um pouco abaixo .
Exemplo : vende a A22 e compra a M20 .
Objetivo : protege a ação em caso de queda ; num piso , no caso 20 .
Viés : tanto faz , em qualquer situação tem proteção na baixa ou ganho na alta
Resultado : se subir é executado na call no 22 se cair , abaixo de 20 está protegido , se for uma estratégia de longo prazo pode usar o ganho da put para comprar mais ações e aumentar a carteira .

9 – Straddle
Operacional: compra uma call e uma put no mesmo strike.
Exemplo: compra a PETRM21 e compra a PETRA21 .
Objetivo: ganhar com a volatilidade. Se a ação subir ou cair forte, o investidor tem um ganho elevado.
Viés: estresse elevado no mercado ou pré-divulgação de notícia relevante, que possa provocar movimentos bruscos da Bolsa.
Resultado: se subir ou cair demais, o ganho de uma opção compensa a perda total da outro.

10 – Strangle
Operacional: compra uma call e put dentro do dinheiro.
Exemplo: compra a PETRA20 e compra a PETRM22 .
Objetivo: ganhar na alta volatilidade, subindo ou caindo muito se ganha. Difere do straddle por ter menos perda com a passagem do tempo.
Resultado: em cenários de forte alta ou baixa da ação, o ganho de uma ponta compensa a perda da outra.

Mas importante: antes de se empolgar com as operações, entenda exatamente como funciona esse mercado:

1) O que é uma opção?
A opção é um derivativo negociado na Bolsa de Valores. E como qualquer derivativo, seu preço “deriva” da oscilação do ativo ao qual ela se lastreia – no caso de uma opção de ação, o contrato varia de acordo com as oscilações desta ação na Bovespa.

Quem compra uma opção está adquirindo o “direito” de comprar ou vender alguma ação; já quem vende a opção tem a obrigação de atender a exigência daquele que comprou o contrato. Ou seja: se você vendeu uma opção de compra e essa opção for exercida, você terá que vender essa ação ao detentor da opção pelo preço estabelecido; se você vendeu uma opção de venda e ela for exercida, você terá que comprar esta ação ao preço estabelecido.

2) O que é uma opção de compra? E uma opção de venda?
Existem dois tipos de opções: de compra (call) e de venda (put). Quando um investidor compra uma “call”, ele está adquirindo o direito de comprar uma determinada ação a um preço já estabelecido (que é preço de exercício, ou “strike”) até um dia de vencimento já firmado. Para o investidor que compra uma “put”, ele está adquirindo o direito de vender uma ação até um dia determinado a um valor já estabelecido.

3) O que significam as letras e números de uma opção?
Tanto para “call” como para uma “put”, todas as informações sobre o ativo, o preço de exercício e o vencimento já estão explícitos no contrato. As 4 primeiras letras denominam qual ação é o alvo da opção; a 5ª letra define se é uma opção de compra ou de venda e qual o vencimento da mesma; já os números definem qual o preço estabelecido para exercer este direito.

Pegando por exemplo a “PETRA22“, citada acima:
> PETRa opção refere-se à ação da Petrobras
> A: é uma opção de compra com vencimento em janeiro (ver tabela de vencimentos abaixo)
> 22: define o preço de exercício da opção (obs: nem sempre o número explícito no contrato é exatamente o “strike” exato de uma opção: no exemplo citado, o preço de exercício é R$ 22).

4) Quando vence uma opção?

As opções de ações vencem toda 3ª segunda-feira do mês. Em meses em que há um feriado na 3ª segunda-feira, o vencimento é antecipado para a 2ª segunda-feira. Os meses de vencimento de uma call ou uma put são definidos por uma letra, conforme pode ser vista na tabela abaixo:

Mês de
vencimento
Call Put
Janeiro A M
Fevereiro B N
Março C O
Abril D P
Maio E Q
Junho F R
Julho G S
Agosto H T
Setembro I U
Outubro J V
Novembro K W
Dezembro L X

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