Conheça investimentos livres de impostos mais vantajosos que a Poupança

Autor:Glenda Ferreira, Economista e Planejadora Financeira da Levante!

Ninguém gosta de pagar impostos, não é mesmo?

Independente do seu estilo ou quais tendências segue na hora de compor o seu portfólio, não há dúvidas que a isenção de imposto de renda agrada a todos.

Sem a cobrança de outras taxas administrativas então, soa como música aos investidores.

E essa é uma das características que mais chama atenção das famosas LCIs e LCAs.

Os bancos precisam de recursos para emprestar aos seus clientes. As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são uma forma de conseguir esse dinheiro para direcionar ao setor imobiliário, enquanto as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) obtêm recursos para o financiamento do agronegócio.

Os dois papéis se tornaram apreciados desde a criação em 2001. Contudo, observamos uma recente queda de oferta devido à crise – retração da atividade econômica e oferta de crédito pelos bancos – o que tornou mais difícil encontrar oportunidades no mercado.

Nova janela

A captação de recursos dos bancos por meio de LCIs e LCAs foi intensificada desde 2013 a 2016, com a introdução da isenção do imposto, o que fez os estoques subirem mais de 100%.

De lá para cá, a oferta dos papéis caiu com a retração econômica.

O momento foi determinante para a escassez, mas agora, os dois setores têm expectativa de recuperação. Tanto com a esperada retomada do setor imobiliário que já dá os primeiros sinais, como com a continuidade de aumento da produção agrícola brasileira (vide as recentes super safras).

Atualmente, o estoque é de R$ 173 bilhões de LCIs e R$ 61 bilhões de LCA, segundo a Cetip (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos).

Com a queda da Selic, os bancos poderão começar a aumentar as porcentagens de retorno para atrair clientes em busca de investimentos menos conservadores e mais rentáveis.

… Para ter maior rendimento

Para conseguir maior retorno, é preciso permitir que os bancos usem o seu dinheiro por mais tempo. Facilita ter um prazo maior do que serem surpreendidos por pedidos de resgate dos investidores a todo momento.

Por isso, o prazo mínimo para ter acesso ao dinheiro é de 90 dias. Porém nessa modalidade, o seu retorno será menor quando comparado a prazos ainda maiores.

As taxas mais interessantes serão encontradas a partir de 1 ou 2 anos – e nem sempre será possível vender antecipadamente.

Sinal de que não é para colocar o dinheiro de sua reserva de emergência.

Reserva de emergência: aquele dinheiro para uso no curtíssimo prazo, para emergências mesmo. É interessante considerar cerca de 5 a 10 vezes os seus gastos mensais para essa categoria em investimentos com liquidez diária
A dica é casar com o prazo de vencimento do papel para ter rendimentos que serão prefixados (você sabe quanto receberá na data do resgate) ou pós-fixados (depende da variação do indexador que está atrelado).

Não recue se, no momento de procura do título ideal para você, o rendimento estiver menor do que de outros investimentos, como os CDBs. É só lembrar que a isenção de IR faz com que a sua taxa seja inferior.

Nesses casos, vale considerar o prazo e a tabela regressiva de imposto de renda, que começa com 22,5% para resgate em 6 meses e chega em 15% após 2 anos.

Se os prazos fizerem sentido para a sua carteira, o próximo ponto a ser analisado é a avaliação da rentabilidade de acordo com as instituições financeiras emissoras.

Vamos à diversificação de carteira

Os bancos comerciais costumam demandar um investimento inicial que gira em torno de R$ 5 mil, tanto para LCIs como para LCAs.

Porém, pesquisando em outras instituições (como corretoras independentes), você pode encontrar por cerca de R$ 1 mil iniciais.

Para ajudar em sua avaliação de qual papel investir, as empresas de rating realizam avaliações dos bancos concedendo notas de acordo com a saúde financeira e condição de pagamento de cada um.

Cuidado, já que via de regra, um banco com rating mais alto oferece uma taxa de retorno mais baixa do que um banco com rating mais baixo. E com isso, há mais risco embutido.

Além disso, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) se compromete a entrar em socorro das pessoas físicas em caso de quebra de uma instituição financeira. A garantia é de R$ 250 mil por instituição financeira com o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4 anos.

Apesar das duas considerações, eu prefiro emprestar o meu dinheiro para um banco que acredito que irá honrar com a sua dívida.

É bem melhor para dormir tranquilo, não é?

Por essa razão, na próxima terça-feira irei comentar sobre as avaliações das agências de rating e quais são os impactos para os seus investimentos.