Momento histórico da economia brasileira gera oportunidades em crédito privado

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Equipe InfoMoney

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Autor:Felipe Bevilacqua, Gestor Especialista e Fundador da Levante

Chegou a hora do crédito privado!

O ano de 2018 está inserido em um contexto novo e, de certa forma, estranho da economia brasileira.

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A Selic está em seu menor nível histórico. Na última reunião do Copom, a taxa foi reduzida para incríveis 6,5%. Ademais, o comitê ainda indicou continuidade do ciclo de afrouxamento monetário, que deve se concretizar em um corte adicional de 0,25% na próxima reunião em maio.

O Banco Central se mostrou eficiente para reduzir os juros de curto prazo, porém, a cada dia que se passa, a política monetária atual se mostra mais e mais ineficiente em reduzir os juros de longo prazo.

A alta taxa de juros de longo prazo é proveniente de uma combinação de diversos fatores. Entre eles, destaco a instabilidade política aliada a uma forte indefinição da eleição presidencial, gastos ainda altos do governo com grande déficit primário previsto de R$ 170 bilhões, trajetória crescente da dívida pública e também a condução do Banco Central, que focou mais na redução da taxa de curto prazo.

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A taxa Selic foi de 14,25% para 6,5%, uma redução de 7,75 pontos percentuais desde outubro de 2016. O juro real de longo prazo, por sua vez, recuou apenas 1% na média.

A mudança do cenário macroeconômico gera grandes impactos no mercado de capitais. O tradeoff (uma situação em que ocorre um conflito de possibilidades, gerando a necessidade de uma escolha) entre equity (ações) ou debt (dívida) está mais frequente do que nunca na “cabeça” das empresas. Como consequência, as empresas podem aumentar as emissões de dívidas dado os juros mais baixos.

Nunca tivemos na história brasileira a combinação de juros baixos por um horizonte maior de tempo aliado a uma inflação controlada e baixa.

Em um ponto, a crise econômica que afetou o país nos últimos anos foi boa: tornou as empresas mais enxutas e eficientes. Com isso, as empresas optaram por reduzir o endividamento com alto custo dos juros.

Com a retomada do crescimento e aumento dos investimentos, as empresas deverão retomar as captações de dívida corporativa.

As empresas estão buscando aproveitar as oportunidades para retomar o crescimento e reduzir a alavancagem financeira (devido aos juros baixos), resultando em uma maior quantidade de emissões.

Para o investidor, isso é ótimo, pois abre possibilidade para a compra de títulos de crédito de melhor qualidade e com rendimentos maiores.

É importante notar que a elasticidade da redução dos spreads pagos nas emissões de crédito é menor, quando comparada, com a redução da taxa Selic. Os spreads não reduziram na mesma proporção da taxa básica. O CDI +2%, de quando a Selic era 14,25%, representava 114% do CDI. Hoje, um CDI + 1% é mais de 115% do CDI e o CDI+2% é mais de 130% do CDI.

A análise conclui que os retornos dos ativos são diferentes do passado. Os agentes da economia precisam se acostumar e aceitar que as coisas, de certa forma, mudaram! Estamos vivendo uma nova realidade.

Credito privado “amanhã”

Uma certeza nós temos, a expectativa de juros não ficará como está atualmente. Temos dois cenários para o impasse:

(1)    Ou os juros de curto prazo aumentam para se equiparar com o de longo prazo (baixa probabilidade de ocorrer); ou

(2)    Os juros de longo prazo reduzem para se equiparar com o de curto prazo (alta probabilidade de ocorrer).

A resposta começará a ser conhecida após uma definição da eleição presidencial. A expectativa é que o próximo presidente seja reformista e dê continuidade na agenda iniciada nos últimos anos. O que torna a (2) alternativa com maior chance de ocorrência.

Com os juros de curto e longo prazo menores, os próximos anos serão marcados por uma quantidade maior de emissões de crédito privado. É necessário insistir no fato de que uma menor presença do BNDES (desde 2016) “iniciou” a reativação do mercado de capitais de crédito privado. O subsídio de empréstimos já foi drasticamente reduzido no período.

O mercado de crédito do Brasil ainda é muito tímido, quando comparado com países desenvolvidos. Em grande parte, por culpa de uma taxa de juros elevada. Por exemplo, nos EUA o mercado de crédito é várias vezes maior do que o mercado acionário, diferentemente do Brasil. Por exemplo, comparado aos EUA, o Brasil tem um crédito 8 vezes mais caro.

No entanto, a taxa Selic vem reduzindo desde 2016 e atingindo níveis de baixa históricos. Neste novo cenário, o custo deve continuar diminuindo. A lógica é que as operações de crédito terão retornos mais atrativos, além de funcionar como uma ótima diversificação de carteira.