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SÃO PAULO – Não é difícil ouvir por aí conversas sobre como escapar da fiscalização do bafômetro, com dicas e informações sobre supostos produtos que poderiam “enganar” o aparelho. O próprio Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) afirma que a internet impulsiona muitas ideias falsas sobre como driblar o teste requisitado pela blitz.
Mas o uso de vinagre, pílulas de vitamina B6, refrigerante e chiclete não passam de “dicas furadas” e que não fazem com que o álcool deixe de ser percebido no teste, diz o órgão.
Veja as explicações do Detran:
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Vinagre
O órgão explica que o bafômetro mede o álcool ingerido que passou para a circulação sanguínea e para o sistema respiratório. Assim, “o vinagre não consegue interferir no etanol exalado pelos pulmões. Além disso, se o vinagre contiver álcool, isso pode até agravar o resultado positivo do teste”, explica o gastroenterologista José Luiz Capalbo, médico responsável pelo Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho.
Vitamina B6
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Se fala também da vitamina B6 (metadoxil ou piridoxina), um medicamento que acelera a metabolização do álcool do fígado e é mais utilizado no tratamento de alcoolismo e alterações hepáticas. Mas esse suposto truque também não funciona já que “não interfere na concentração do álcool que está no sangue e tão pouco no ar medido pelo etilômetro”, explica o médico.
Bombom de licor pode indicar álcool no sangue?
Por outro lado, muitas pessoas afirmam que foram pegas no bafômetro depois de comer um bombom com licor ou de ter usado antisséptico bucal, por exemplo. Porém, pela baixa concentração alcoólica nesses produtos, o álcool fica presente apenas na mucosa bucal e some rapidamente. Por isso, não adianta alegar que comeu só um bombom com licor ou que acabou de fazer um bochecho. Segundo o médico, quando for o caso, o motorista pode fazer bochecho com água e aguardar alguns minutos para fazer o teste no momento da abordagem policial. Portanto, se a pessoa não tiver realmente ingerido bebida alcoólica, não será detectado álcool vindo do ar dos pulmões.
Processo lento
A absorção de álcool é feita em poucos minutos pelo organismo. “O pico de concentração etílica no sangue ocorre cerca de 30 a 45 minutos após ser ingerido”, comenta Capalbo.
Mas o médico explica que pode levar até dez horas para que o álcool não seja mais detectado no sangue: “não há formas eficientes de acelerar esse processo”. Para se ter uma ideia, o álcool é metabolizado, em média, a um ritmo de 0,016% por hora, podendo variar.
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Pela Lei Seca, não existe qualquer quantidade de bebida alcoólica aceitável, nem mesmo uma ou duas latas de cerveja.
Crimes
O índice que corresponde a crime é superior a 0,33 miligrama de álcool por litro de ar expelido. Se der acima disso, o condutor é multado em R$ 2.934,70 e notificado a responder processo de suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano. Se negar a fazer o exame é também uma infração e da mesma forma como quem tem a embriaguez atestada, quem se recusa a soprar o aparelho também sofre as mesmas penalidades. E mesmo se o condutor se negar a fazer o teste, mas o perito da polícia identificar nele atitudes como cambalear, apresentar problemas de coordenação motora ou falar coisas sem sentido, também será aplicada multa.
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“As pessoas precisam se conscientizar que misturar bebida e direção coloca em risco a vida do motorista e das demais as pessoas no trânsito. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor. Dirigir não é brincadeira”, destaca Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.SP.
Quem for reincidente nesse tipo de infração em um período de 12 meses é multado em R$ 5.869,40 e responde a processo de cassação do direito de dirigir por dois anos.