Stanley confirma que copos térmicos têm chumbo após testes feitos por consumidores

Usuários fizeram testes para chumbo e descobriram material na composição; empresa diz que não há risco

Equipe InfoMoney

(Reprodução/ site Stanley)
(Reprodução/ site Stanley)

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Conhecida pelos copos térmicos, a Stanley confirmou que há chumbo na composição de seus produtos. O posicionamento vem após clientes começarem a fazer testes rápidos, que detectaram chumbo nos copos da marca, e compartilharem os resultados nas redes sociais.

“A Stanley esclarece que não há chumbo em parte alguma da superfície de seus produtos que entre em contato com o consumidor, ou com líquidos e alimentos que estejam sendo consumidos”, diz a empresa em nota ao InfoMoney.

O metal é usado como vedação na base dos copos. Apesar disso, a companhia explica que há um revestimento de aço inoxidável que impede que o consumidor tenha contato com o metal. “Na rara ocorrência desta tampa de inox se soltar, devido a algum caso extremo, possivelmente expondo o selante, este continuará sem contato com o conteúdo, sendo o produto devidamente coberto pela garantia vitalícia oferecida a todos os itens Stanley”, acrescenta a empresa.

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Os testes foram feitos especialmente por consumidores americanos. No exemplo abaixo uma usuária fez o teste para chumbo em três marcas de copos: Stanley, Yeti e Rtic. Apenas na primeira o teste detectou chumbo.

“Eu vi os posts nas redes sociais sobre o copo da Stanley conter chumbo. Então, pedi um teste rápido na Amazon e aqui estão os resultados. O Yeti e Rtic permanceram amarelo, indicando que o resultado deu negativo para chumbo. Todos os meus copos Stanley deram positivo para chumbo”, comenta a cliente da marca.

E os riscos?

Pesquisa realizada pelo Banco Mundial no ano passado, a partir de dados do projeto Global Burden of Disease (GBD – Carga Global de Morbidade), estima que 5,5 milhões de pessoas com 25 anos ou mais morrem por doenças cardiovasculares relacionadas à intoxicação por chumbo.

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Sérgio Eduardo Fontoura da Silva, professor de toxicologia da PUC-PR, explica que o chumbo é um metal tóxico, que prejudica especialmente o sistema nervoso central e os rins. “No ar do ambiente de trabalho, na indústria química ou metalúrgica, por exemplo, o limite máximo permitido é de até 0,1 mg/m³ de chumbo”, afirma o professor.

O metal pode estar presente na produção de plásticos, baterias, cabos elétricos, tintas, canos e muitas outras coisas fabricadas pela indústria. Um artigo da USP, que alerta para os perigos do chumbo, também explica que a intoxicação por chumbo pode causar hipertensão, neuropatia, problemas de memória, dores de cabeça, diminuição da capacidade auditiva, anemia entre outros sintomas.

A Stanley ressaltou que sua fabricação utiliza um selamento na parede externa, que garante o isolamento a vácuo — impedindo contato direto do chumbo com o consumidor e também garantindo que as bebidas fiquem geladas.

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Segundo a companhia, seus produtos atendem a todas as exigências regulatórias dos EUA e Europa. “A empresa testa e valida a conformidade de todos os itens por meio de laboratórios terceirizados credenciados pela FDA [Anvisa americana], que verificam se os produtos seguem diretrizes rigorosas”, diz a nota da Stanley.

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