Sony forma aliança para vender PlayStation na China e concorrer com a Microsoft

Sony decidiu formar duas joint ventures para começar a produzir e vender os consoles PlayStation depois que a China suspendeu uma proibição de 13 anos à venda das máquinas

Bloomberg

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26 de maio (Bloomberg) – A Sony Corp. tomou medidas para vender o console de jogos PlayStation na China, pois o CEO Kazuo Hirai busca aproveitar os jogadores do maior mercado do mundo e contribuir para a recuperação da sexta perda projetada em sete anos.

A Sony decidiu formar duas joint ventures com a Shanghai Oriental Pearl (Group) Co., proprietária da Pearl Tower, para começar a produzir e vender os consoles PlayStation depois que a China suspendeu uma proibição de 13 anos à venda das máquinas. A Sony terá uma participação de 70 por cento em um empreendimento e de 49 por cento no outro, de acordo com um comunicado registrado na Bolsa de Valores de Xangai.

A iniciativa da empresa sediada em Tóquio veio depois que a Microsoft Corp. anunciou planos para vender o console Xbox One na China e que a Nintendo Co. disse que planeja se expandir nos mercados emergentes com novos dispositivos. O setor de videogames da China vai gerar aproximadamente US$ 10 bilhões em vendas no próximo ano, de acordo com a PricewaterhouseCoopers LLP, e as fabricantes de consoles estão tentando afastar os jogadores chineses dos jogos em smartphones e tablets.

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“A entrada da Sony no mercado chinês pode aumentar as vendas” disse Ryosuke Katsura, analista em Tóquio da UBS AG, em entrevista telefônica. “O serviço on-line de jogos do PlayStation 4 pode ajudar a empresa a evitar as questões de pirataria que são mais comuns com os jogos empacotados”.

Zona franca de Xangai
Em setembro, Xangai inaugurou uma zona franca com controles financeiros e de investimento mais abertos, pois a China busca liberar as forças de mercado na segunda maior economia do mundo. Isso está contribuindo para atrair mais empresas, de fabricantes de consoles a bancos.

“Acreditamos que a China continental é um mercado atraente e vamos analisar diversas possibilidades nesse mercado”, disse Satoshi Fukuoka, porta-voz da Sony, por e-mail.

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Fukuoka não quis comentar se a Sony venderá o PS4 ou projetará outro console para a China. Ele também não quis comentar sobre quando será o início das vendas na China.

Batalha contra a pirataria
A principal fabricante de televisores do Japão previu inesperadamente um prejuízo líquido de 50 bilhões de ienes neste ano, pois a decrescente demanda por seus aparelhos e câmeras de vídeo foi agravada pelos custos de reestruturação e pela saída do negócio de computadores pessoais. Isso recuou ainda mais os planos de Hirai para reavivar o ícone japonês usando o PlayStation e os smartphones Xperia para atrair os consumidores em detrimento da Apple Inc. e da Samsung Electronics Co.

Os fabricantes de consoles podem enfrentar uma tarefa ainda mais árdua para conseguir que uma geração de jogadores, que se acostumou a um modelo de jogos gratuitos on-line e cada vez mais migra para os dispositivos móveis, pague centenas de dólares por um aparelho. As empresas também devem confrontar a pirataria desenfreada de filmes, músicas e jogos.

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“Sem nenhuma garantia de que a propriedade intelectual será respeitada, é difícil ver como um fabricante pode ganhar dinheiro na China”, disse Michael Pachter, analista da Wedbush Securities em Los Angeles, hoje por e-mail.

“A Microsoft estabeleceu uma parceria com uma emissora de televisão e espera vender seu console como um aparelho multimídia. Tenho certeza de que a Sony possui planos parecidos”.

A Microsoft e a BesTV New Media Co., uma subsidiária do Shanghai Media Group, formaram um empreendimento conjunto de jogos de US$ 79 milhões em setembro para chegar aos consumidores chineses.

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Aparelho da Nintendo
“Na China, você não precisa ter uma grande participação de mercado para atingir sua meta”, disse David Rubenstein, um diretor administrativo da Advanced Research Japan, em Tóquio. “Você só precisa de alguns milhões de jogadores entusiasmados”.

O presidente da Nintendo Satoru Iwata disse neste mês que a fabricante japonesa de jogos planeja se expandir nos mercados emergentes com novos dispositivos a partir do próximo ano. A empresa, com sede em Quioto, desenvolverá consoles completamente novos para os mercados emergentes, ao invés de vender versões mais baratas dos aparelhos já existentes, como o Wii U, disse Iwata em entrevista no dia 8 de maio.

A Nintendo está estudando as regulamentações para entrar na China, disse Iwata em entrevista no dia 8 de maio. Yasuhiro Minagawa, um porta-voz da Nintendo, disse que a empresa não tem outras informações para divulgar sobre as vendas na China.