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SÃO PAULO – Nascido em uma família pobre, Elói Oliveira é um bilionário que fugiu de casa pela primeira vez aos oito anos de idade para fazer história no turismo brasileiro. “No total fugi três vezes, acredito que o brasileiro precisava passar por um pouco de sacrifício para dar valor a este país”, afirma o executivo, que recentemente tornou-se presidente do produto da fusão de sua empresa, Flytour, com o grupo Gapnet.
“Os dois grupos já se conhecem há muitos anos. Quatro anos atrás sentamos pela primeira vez e tivemos uma sinergia grande, mas por alguma razão à época não aproveitamos a oportunidade. Agora finalmente realizamos, foi um presente de natal para todos nós”, conta Elói, que conversou com o InfoMoney no dia 23 de dezembro.
Com a fusão, a empresa previa vendas de R$4 bilhões em 2015, e torna-se a segunda maior em distribuição de viagens no Brasil, atrás apenas da CVC – com previsão de faturamento entre R$9 e R$ 10 bilhões.
Não perca a oportunidade!
Crescimento do setor
Para o grupo, as oportunidades são promissoras. “O mercado ainda é muito embrião, muito jovem. O Brasil ainda não começou a empregar neste setor”, afirma Elói, que criou o grupo Flytour com 24 anos de idade, depois de receber a primeira oportunidade no setor aos 12, na Estela Barros Turismo. “As perspectivas para os dois grupos são muito altas, porque estávamos em áreas diferentes do mercado e agora nos completamos”, completa.
Para Rui Alves, presidente do Gapnet e agora no conselho da nova companhia, a indústria do turismo no Brasil é totalmente nova e precisa de musculatura. “Achamos que a oportunidade de crescer é muito grande, principalmente porque também recebemos estrangeiros. Nos próximos 3 ou 4 anos, enquanto o real se mantiver desvalorizado, isso é uma oportunidade muito forte”, prevê Alves, que afirma que a meta do grupo é chegar em R$9 bilhões de arrecadação em cinco anos.
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“Nós entendemos que, mesmo com o aumento dos preços dos hotéis, o turismo nacional se manterá forte neste período, mas o movimento contrário também é importante. Nesse ano tem isenção de vistos de quem vier para as Olimpíadas, o que deve trazer um incremento”, complementa Rui. Para Elói, a indústria do turismo é a única que obteve um legado da Copa do Mundo de 2016, porque os aeroportos do país melhoraram em um momento em que grandes grupos hoteleiros, como Sheraton, passam a investir mais forte por aqui.
Para Elói, o turista estrangeiro que vem ao Brasil ainda gasta muito pouco, e ele vê o potencial de gastar o dobro. “Atualmente é em média cerca de US$700 o ticket – achamos que isso pode se transformar em US$1400, como é no México, que tem os mesmos problemas de segurança que temos aqui”, ele diz. O potencial brasileiro, segundo os sócios, é igual ao de qualquer outro país, o que falta é enxergar a oportunidade.
Operações
Com foco mais intenso em Business Travel e em produtos para agentes de viagens, as operações das duas empresas permanecem separadas após a fusão. “Mantivemos todas as operações independentes dentro da holding. Até os sócios minoritários permanecem como sempre estiveram, na mesma posição”, diz Rui, que afirma que o espírito de empreendedorismo e liderança das duas marcas permanece, sempre em busca de novas tecnologias e inovações nos modelos de negócios, mas sem perder a relação interpessoal com clientes.
“Atuamos em todas as vertentes de uma indústria que por enquanto tem uma liderança isolada: a perspectiva de multicanais praticamente não existe no turismo no Brasil. Nosso concorrente maior tenta fazer isso por aquisições, nós já temos isso genuinamente dentro das nossas operações”, afirma Elói. O grupo possui frentes para trabalhar com as classes A, B, C e D, de acordo com eles.
A companhia procura, atualmente, oferecer seus serviços nacionalmente, em oposição à estratégia regional vista no geral no país. Segundo eles, não são vistas grandes empresas atuando desta maneira, o grupo está em uma zona pouco explorada também neste sentido.