Reclamações disparam na Black Friday: Magalu, Amazon e Mercado Livre figuram no top 5 das queixas

Registros somavam, até as 14h de hoje, 9.497 anotações — número supera toda a sexta-feira de 2022, mostra Reclame Aqui

Anna França

(Karolina Grabowska/Pexels)

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As reclamações dos consumidores nesta edição da Black Friday, que ainda não terminou, já superam o volume de registros de todo o evento realizado no ano passado, aponta levantamento atualizado do Reclame Aqui.

Até as 14h desta sexta-feira (24), os consumidores já haviam registrado 9.497 queixas, superando toda a sexta-feira de 2022, quando foram contabilizadas 9.329 reclamações. O maior problema apontado por consumidores foram os golpes.

Tem problemas de todos os tipos, inclusive sobre o serviço de meios de pagamento. Analisando as reclamações recebidas por essas empresas, o Reclame Aqui, que monitora problemas nas relações de consumo entre clientes e empresas, detectou que golpistas montaram sites falsos para ludibriar consumidores com produtos em promoção atraente e, para dar um ar de legitimidade à farsa, usam serviços reais de pagamento. “O que gera mais confiança do que pedir, simplesmente, um Pix”, disz o CEO e Cofundador do Reclame Aaqui, Edu Neves.

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As primeiras horas da Black Friday 2023 já indicavam que esta edição não seria só de promoções. Das 12h de quarta-feira (22) às 6h desta sexta-feira (24), os consumidores já tinham registrado 7.328 reclamações, 34,5% a mais do que no ano passado.

Ao contrário da edição passada, que teve Copa do Mundo, neste ano os consumidores estão sem “distrações” paralelas e o olhar tem se voltado exclusivamente às compras. E o volume de reclamações mostra bem essa disposição.

Entre os principais problemas enfrentados pelos consumidores, neste início de promoções, estão:

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Empresas mais reclamadas

As grandes varejistas figuram na lista com mais queixas registradas pelos consumidores no Reclame Aqui. Veja lista:

Empresas mais reclamadas Quantidade
Magazine Luiza – Loja Online 245
ABmex pagamentos inteligentes Ltda 243
Amazon 216
Mercado Livre 182
Época Cosméticos e Perfumaria 145
Casas Bahia – Loja Online 135
Natura 128
Avon Cosméticos 128
KaBuM! 113
Beehive Pagamentos Inteligentes LTDA 105
Fonte: Reclame Aqui

Empresas de métodos de pagamento também concentram expressivo volume de reclamações. Para o Reclame Aqui, isso está relacionado à tática de criminosos, que se aproveitam de datas como a Black Friday para explorar as vulnerabilidades do consumidor. Eles usam sistemas de empresas de pagamentos em sites falsos que se passam pelos reais das companhias varejistas.

Segundo Marcelo Queiroz, head de estratégia de mercado da ClearSale, a Black Friday representa um momento propício para as “ações criminosas e de engenharia social, como se chama a técnica de manipulação psicológica utilizada por criminosos para aliciar consumidores”, diz.

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Ainda segundo Queiroz, os golpistas utilizam da seguinte técnica: “eles tentam capturar dados a partir de promoções e produtos, sorteios e benefícios de todos os tipos, que normalmente são utilizados como fator de alavanca de clique emocional, para que as pessoas fiquem mais suscetíveis a caírem em golpes de engenharia social”.

A ClearSale estima que 1,5% das transações desta sexta sejam de tentativas de fraude. Dois cuidados:

“Frete”
Desconfie da oferta em que o preço do produto é vantajoso, mas o do frete é muito caro. É um claro sinal de golpe.

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“Metade do dobro”
Outro golpe comum é o realizado por estabelecimentos comerciais em que os preços, antes da Black Friday, passam por um aumento e são vendidos a preço normal na data promocional. Para fugir da “metade do dobro”, o ideal é acompanhar a variação dos preços com antecedência. Se você não conseguiu fazer isso, é importante utilizar os sites de comparação de preços e consultar a lista do Procon sobre sites suspeitos.

Antes de fechar uma compra online, informe-se sobre a reputação do site em portais de serviço ao consumidor, como o ReclameAqui, e observe as formas de pagamento oferecidas. Outra dica, segundo os especialistas, é desconfiar de preços muito abaixo dos praticados no mercado, além de evitar compras pelas redes sociais.

E lembre-se: se não tiver certeza de que a página é segura, não coloque informações pessoais e tampouco realize a compra.

Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro.