Prefeito de NY implantará wi-fi gratuito para acabar com divisão tecnológica

Primeiro democrata a administrar a maior cidade dos Estados Unidos em 20 anos, Bill de Blasio prometeu durante a campanha que dedicaria sua administração ao estabelecimento da justiça econômica.

Bloomberg

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São Paulo – Dia após dia, o Centro Bibliotecário do Bronx, em Nova York, é tomado por jovens após encerrar suas atividades às 21 horas. As pessoas se aglomeram na porta da biblioteca, numa agitada rua comercial, para se conectar à internet através de um sinal wireless que vaza do lado de dentro.

Muitos moradores do Bronx, região onde 30% das pessoas são pobres, não tem condições de pagar um plano de dados para seus telefones. Muitas vezes, eles raramente têm conexão de banda larga à internet ou sequer um computador em suas casas.

Se os planos do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, forem concretizados, a partir de 2015, os cidadãos poderão usar seus celulares para se conectarem por meio de uma rede que substituirá os outrora onipresentes orelhões nas calçadas da cidade com pontos de Wi-Fi grátis.

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Primeiro democrata a administrar a maior cidade dos Estados Unidos em 20 anos, De Blasio prometeu durante a campanha que dedicaria sua administração ao estabelecimento da justiça econômica. Essa agenda inclui iniciativas para fechar a chamada divisão digital, que separa os que têm acesso à internet de alta velocidade dos que não têm. Em 21 de julho, foi encerrado um pedido de propostas sobre como construir um sistema de Wi-Fi para a cidade e um provedor será escolhido até o final deste ano.

“Se vamos criar equidade e oportunidades econômicas, a internet de alta velocidade – a internet de alta velocidade accessível – tem que estar disponível para todos os nossos cidadãos”, afirmou De Blasio durante uma reunião da Conferência Americana de Prefeitos, em junho. “Temos que garantir que o acesso à internet seja verdadeiramente universal”, acrescentou.

Outras cidades norte-americanas, como Los Angeles, Chicago e Boston, se uniram à Nova York em seus planos para instalar wi-fi gratuito ao ar livre. O plano visa criar 10 mil estações que emitam sinais em um raio de pelo menos 26 metros nos corredores residenciais e comerciais mais transitados dos cinco bairros.

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De acordo com o pedido de propostas, o provedor escolhido pela cidade poderá cobrar por ligações, exceto por aquelas feitas ao número de emergência 911 e à linha direta 311, mas não poderá cobrar pelo acesso à internet. O prefeito de NY quer criar uma força-tarefa para revisar toda a cobertura de Wi-Fi. Ele também está avaliando candidatos para o cargo de diretor de tecnologia, que será responsável por coordenar as políticas relativas à internet.

O pedido de propostas busca que uma empresa opere todas as estações de wi-fi. Segundo o plano, a cidade receberia uma compensação anual mínima de US$ 17,5 milhões ou 50% da receita, o que for maior. Funcionários disseram que esperam que a receita anual do sistema recém-projetado supere o total de US$ 50 milhões gerado pelos orelhões obsoletos.