Preço do etanol sobe 3%, mas deve se estabilizar nas próximas semanas

Segundo o vice-presidente do Sindicom, o preço vai se estabilizar em duas semanas, devido à estabilização nas indústrias

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio do etanol subiu 3% nas últimas quatro semanas terminadas no último dia 8, passando de R$ 1,793 para R$ 1,848 o litro. Apesar da alta, o consumidor já poderá sentir uma estabilidade nas próximas semanas, segundo o vice-presidente executivo do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), Alísio Vaz.

“O preço do etanol nas bombas têm subido nas últimas semanas e ainda hoje há uma elevação. Mas essa semana o valor nas indústrias está se estabilizando e daqui há duas semanas, essa estabilidade vai chegar ao consumidor”, afirma Vaz.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o preço do etanol hidratado combustível, sem impostos, alcançou R$ 1,11 até o último dia 7 – o valor é o maior desde fevereiro do ano passado, quando o preço ao produto alcançou R$ 1,1234 no dia 12 daquele mês.

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De junho de 2010, quando o preço atingiu o seu menor valor para os produtores, de R$ 0,70, até este mês, o aumento foi de quase 60%. “Em 2010, os preços dispararam e eles ficaram em um novo patamar o ano inteiro”, afirmou o presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes), Paulo Miranda Soares. “O consumidor sentiu esse patamar mais elevado”, afirma Soares.

Para ele, criou-se no Brasil um novo patamar de preços do combustível, mas esse aumento poderia ser maior, uma vez que o varejo não consegue repassar todo aumento que recebe. “Acabamos comercializando com uma margem menor para conseguirmos preços competitivos”, diz Soares. “O consumidor sai prejudicado”.

Aumentos
Para Vaz, apesar dos últimos aumentos nos preços do litro do etanol, ele não é tão expressivo como aquele verificado na entressafra do ano passado. A disparada fez o Governo adotar medidas como a redução da mistura de etanol à gasolina de 25% para 20%. “Os aumentos de agora não requerem medidas como essa”, afirma.

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Vaz também ressalta que aumentos na entressafra, que vai de dezembro a março, são comuns. “A entressafra traz uma elevação acentuada de preços”, afirma. “As usinas que estocaram para garantir o abastecimento nessa época vendem por um preço maior”, diz. A elevação é para compensar os custos com a estocagem.

A elevação dos preços, na avaliação de Soares, não prejudicou tanto o consumidor de veículos flex, por exemplo, pois houve uma migração para a gasolina. “Para o consumidor que tem flex. Ele continua gastando a mesma coisa no final do mês”, afirma.

Essa percepção do consumidor de comparar os preços, cada vez mais, está regulando o mercado de combustíveis. “O consumidor nunca deve esquecer de fazer essa avaliação dos preços. Ele tem poder de regular o mercado”, afirma.