Para Idec, é preciso ampliar políticas de inclusão bancária

O instituto questiona atuação de correspondentes bancários entre os não bancarizados. Segundo Ipea, 40% da população não tem conta-corrente

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – O número de brasileiros que não estão bancarizados alcança os 40%, mostrou pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Para o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), é preciso ampliar as políticas de inclusão bancária no País.

Para a coordenadora executiva do instituto, Lisa Gunn, os não correntistas acabam por usar alguns serviços das instituições financeiras por meio dos correspondentes bancários, como lotéricas, caixas de supermercados e farmácias.

Esse procedimento preocupa o instituto, na avaliação de Lisa. “Se o cliente do banco não tem acesso a informação clara e adequada nas agências, o que esperar do atendimento dos correspondentes?”, questiona a executiva.

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Para Lisa, o atendimento em correspondentes bancários leva a precarização do trabalho, uma vez que funcionários de lotéricas e caixas de supermercados não são considerados bancários.

Sindicato questiona resultados
O alto índice de satisfação dos brasileiros em relação às operações bancárias realizadas nas agências das instituições financeiras, constatado pela pesquisa do Ipea, é questionado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).

De acordo com a confederação, a pesquisa não levou em consideração a forma de relacionamento dos entrevistados com os bancos. Segundo a Contraf-CUT, uma vez que a maioria dos clientes realiza operações via internet, ele não vai avaliar negativamente o atendimento na agência.

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“É estranho que a maioria dos clientes aprove a segurança quando as estatísticas mostram que os assaltos em agências são frequentes, assim como o crime da ‘saidinha de banco’. Por isso, a pesquisa deveria indagar também qual o canal usado pelo entrevistado para realizar suas operações bancárias”, disse o secretário de Organização do Ramo Financeiro da confederação, Miguel Pereira.

De acordo com a pesquisa, 78% dos brasileiros estão satisfeitos com a segurança das transações realizadas nas agências. Desse total, 7% se dizem muito satisfeitos e 71,2% afirmam estar apenas satisfeitos. De acordo com o levantamento, que ouviu 2.770 pessoas nas cinco regiões do País, 1,4% dos entrevistados afirmaram estar insatisfeitos com a segurança na realização de transações nas agências. E outros 12,3% se dizem apenas insatisfeitos.