Para BC, fim da exclusividade nas concessões de crédito fará taxa de juros recuar

Medida impede que bancos fechem contratos que impeçam o acesso de clientes a operações de crédito ofertadas por outros bancos

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Para o Banco Central, o fim da exclusividade bancária para concessão de crédito pode reduzir os juros das operações, conforme afirmou o chefe do Denor (Departamento de Normas do Sistema Financeiro) do BC, Sérgio Odilon dos Anjos.

A medida, divulgada na última semana, impede que os bancos celebrem contratos que impeçam ou restrinjam o acesso de clientes a operações de crédito ofertadas por outras instituições. A decisão veda, inclusive, a exclusividade no crédito consignado.

Para alguns analistas, segundo a Agência Brasil, porém, a redução dos juros ainda não é certa, principalmente diante da expectativa de elevação da taxa básica de juro, a Selic, que pode chegar a 11,25% ao ano, contra os atuais 10,75% ao ano.

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Em novembro e dezembro, os juros bancários registraram aumento, segundo o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira. Segundo ele, os aumentos foram desencadeados pela retomada do processo de inflação.

Odilon reforçou, porém, que as novas medidas valem apenas para os contratos novos. Os contratos antigos, com cláusula de exclusividade, continuam sendo respeitados, ainda segundo a Agência.

Selic não deve provocar aumento de juros
Em entrevista ao InfoMoney, o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira, afirmou que não acredita que um possível aumento da taxa Selic, que deve ser anunciado ainda nesta quarta-feira (19), registre algum impacto nos juros ao consumidor.

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“Eu acredito que teremos uma elevação de 0,5 ponto percentual, com o objetivo de trazer a inflação para a meta”, afirma. “Se houver impacto será muito pequeno. Primeiro, porque as taxas já estão altas e, como há muita competição entre os bancos, alguns podem optar por nem fazer o repasse”, disse.

Para ele, se o aumento ficar em 0,5 p.p., ele deve ser diluído no ano e, se houver aumento para os consumidores, será de alguns centavos na parcela. “O que não afeta muito o consumidor”, afirmou.