Os carros que mais e menos desvalorizaram nos últimos 5 anos entre os mais vendidos do país

Empresa de avaliação automotiva elaborou um estudo que analisa os modelos entre dezembro 2014 e dezembro de 2019

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Um carro pode trazer praticidade e mais conforto, mas também custos, como combustível, manutenção, seguro, IPVA. Na hora de comprar, não se pode deixar de considerar a desvalorização do modelo, já que o preço justo cai no instante em que o veículo sai da concessionária.  

A KBB (Kelley Blue Book), empresa de avaliação automotiva, elaborou um estudo, para o InfoMoney, que mostra quais os modelos de carros no Brasil mais e menos desvalorizam entre dezembro 2014 e dezembro de 2019. 

Para fazer o estudo, a empresa considerou todas as versões dodez carros mais vendidos em 2015 e avaliou a taxa de desvalorização de cada um deles em 2019.   Os modelos são: Chevrolet Onix, Ford Ka, Hyundai HB20, Fiat Palio, Volkswagen Gol, Fiat Uno, Renault Sandero, Volkswagen Fox, Chevrolet Prisma e Toyota Corolla.  

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Mesmo com o passar do tempo, Chevrolet Onix, Ford Ka, Hyundai HB20 e Volkswagen Gol ainda se enquadram entre os mais vendidos do país.  

Entre os dez carros que apresentaram as maiores taxas de desvalorização, o Volkswagen Fox e o Chevrolet Prisma aparecem três vezes cada com diferentes versões. O Renault Sandero aparece duas vezes, e o top dez fica completa com o Fiat Uno e o Toyota Corolla.  

Assim, considerando o período mencionado, o carro que apresenta a maior taxa de desvalorização é o Volkswagen Fox hatchback Comfortline 1.0 8V flex mecânico, com -22,74%.  

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A segunda colocação fica com o Fox hatchback 4P Trendline 1.0 8V FLEX mecânico, com uma taxa de –14,54%.  

Em terceiro e quarto lugar vêm duas versões do Renault Sandero, o hatchback 4P Expression 1.0 16V HiFlex mecânico, com taxa de desvalorização de –13,53% e o hatchback 4P Expression 1.6 8V Easyr Hipower Flex com embreagem automatizada com taxa de –11,58%, respectivamente.  

O Chevrolet Onix, que foi o carro mais vendido em 2015 e mantém a posição até hoje, aparece em 12° lugar na versão hatchback 4P LTZ 1.4 8V Flex mecânico. 

Veja os dez modelos que mais desvalorizaram entre dezembro de 2014 e dezembro de 2019: 

Modelo/Versão Ano do modelo  Preço do modelo em 2015 Taxa de desvalorização 
1 VOLKSWAGEN FOX Hatchback 4P COMFORTLINE 1.0 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 38.190 -22,74%
2 VOLKSWAGEN FOX Hatchback 4P TRENDLINE 1.0 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 35.900 -14,54%
3 RENAULT SANDERO Hatchback 4P EXPRESSION 1.6 8V EASYR HIPOWER FLEX 4×2 Embreagem Automatizada 2015 43.300 -13,53%
4. RENAULT SANDERO Hatchback 4P EXPRESSION 1.0 16V HIFLEX 4×2 Mecânico 2015 35.700 -11,58%
5. CHEVROLET PRISMA Sedan 4P LT 1.4 8V FLEX 4×2 Automático 2015 53.000 -10,91%
6. CHEVROLET PRISMA Sedan 4P LT 1.4 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 48.000 -10,83%
7. CHEVROLET PRISMA Sedan 4P LTZ 1.4 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 54.000 -10,05%
8. FIAT UNO Hatchback 4P WAY 1.0 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 31.000 -8,92%
9. VOLKSWAGEN FOX Hatchback 4P BLUEMOTION 1.0 12V FLEX 4×2 Mecânico 2015 37.690 -8,91%
10. TOYOTA COROLLA Sedan 4P ALTIS 2.0 16V CVT FLEX 4×2 Automático 2015 94.400 -8,90%

Por outro lado, alguns modelos apresentam uma taxa de desvalorização mais atraente. Neste top dez, o Ford Ka aparece três vezes, seguido pelo Volkswagen Gol que ocupa duas posições.  

O carro que apresenta a menor taxa de desvalorização é o Renault Sandero hatchback 4P Dynamique 1.6 8V hipower Flex mecânico, com uma taxa de –0,04%.  

Em segundo e terceiro lugar estão duas versões do Gol: a hatchback 4P G6 Trendline 1.0 8V Flex mecânico com uma taxa de desvalorização de –1,74% e a hatchback 4P G6 Comfortline 1.0 8V Flex mecânico, com -2,16%.  

A primeira versão do Chevrolet Onix aparece na décima posição, com uma taxa de desvalorização de -5,13%.  

Veja o top dez dos modelos que menos desvalorizaram no período de tempo mencionado:  

Modelo/Versão Ano do modelo  Preço do modelo em 2015 Taxa de desvalorização 
1 RENAULT SANDERO Hatchback 4P DYNAMIQUE 1.6 8V HIPOWER FLEX 4×2 Mecânico 2015 43.500 -0,04%
2 VOLKSWAGEN GOL Hatchback 4P G6 TRENDLINE 1.0 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 33.700 -1,74%
3 VOLKSWAGEN GOL Hatchback 4P G6 COMFORTLINE 1.0 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 34.100 -2,16%
4 FIAT UNO Hatchback 4P SPORTING 1.4 8V DUALPLUS FLEX 4×2 Embreagem Automatizada 2015 39.400 -3,16%
5 HYUNDAI HB20 Hatchback 4P PREMIUM 1.6 16V FLEX 4×2 Mecânico 2015 49.000 -3,55%
6 FORD KA Hatchback 4P SE 1.0 12V FLEX 4×2 Mecânico 2015 35.400 -4,38%
7 FORD KA Hatchback 4P SEL 1.0 12V FLEX 4×2 Mecânico 2015 39.990 -4,82%
8 TOYOTA COROLLA Sedan 4P GLi 1.8 16V MT6 FLEX 4×2 Mecânico 2015 68.300 -4,88%
9 FORD KA Hatchback 4P SE PLUS 1.0 12V FLEX 4×2 Mecânico 2015 37.400 -4,94%
10 CHEVROLET ONIX Hatchback 4P LS 1.0 8V FLEX 4×2 Mecânico 2015 37.000 -5,13%

No entanto, é importante entender que não necessariamente existe uma relação direta entre a taxa de desvalorização e o preço que a pessoa vai conseguir na hora de trocar ou revender o carro. 

Segundo o estudo da KBB, a taxa de desvalorização determina quanto os preços de um veículo tendem a cair no mercado e é influenciada por fatores objetivos e subjetivos, como: a aceitação que determinado modelo possui no mercado, oferta e demanda, avaliação dos serviços de pós-venda da marca, liquidez no mercado de usados, origem (importado ou nacional), custos de manutenção, status da produção (se ainda está em linha), etc.

Estes aspectos não são quantificados mas influenciam a chamada “reputação” que determinado modelo possui no mercado que é, levada ao limite, o que define sua desvalorização, segundo o texto do estudo. 

Assim, na prática, é uma informação relevante para quem está interessado em adquirir um carro e quer prever qual é o comportamento que ele possui. Quanto mais antigo for um modelo, menor será sua taxa de desvalorização.  

A depreciação, por outro lado, é o cálculo do valor residual que um modelo tem após um determinado período de tempo.  

Ou seja, quanto alguém pagou por um carro 0 km no passado e por quanto ele está sendo vendido no presente.  

“Um quesito diferencial da depreciação é a política de preços das fabricantes. Por exemplo, se a Volkswagen decidir elevar muito o preço médio do Gol 0 km para 2020, sem que haja troca de geração, este reajuste impactará diretamente nos preços dos Gol usados que façam parte da mesma geração do modelo 0 km. Os preços são ‘puxados para cima’ junto com os do 0 km. Este tipo de influência direta e objetiva desempenha papel menor na desvalorização, mas para a depreciação o impacto é alto”, diz o estudo da KBB.  

Por exemplo, o carro que apresentou a menor depreciação de revenda foi o Fiat Uno hatchback 4P Sporting 1.4 8V Flex mecânico, com -3%. Enquanto, sua taxa de desvalorização foi de 8,48% no período.

Ainda, o Renault Sandero que apresenta a menor taxa de desvalorização (-0,04), tem uma depreciação de revenda de -11,40% e uma depreciação de troca de -42,46%.

Não é ciência exata

Dessa maneira, é preciso entender que o comportamento de preços dos carros no mercado não configura uma ciência exata. Nem sempre os carros que possuem uma taxa de desvalorização baixa terão, em todas as versões, depreciações menores do que as de seus rivais. Cada versão de um modelo se comporta de uma maneira única no mercado.  

“Por exemplo, a depreciação da versão GLi 1.8 manual do Toyota Corolla, que é a menos vendida dele, é muito menor do que a sua desvalorização geral. Isso ocorre porque esta versão é considerada de nicho, uma vez que os consumidores que procuram um Corolla manual têm menos ofertas à sua disposição, o que pode fazer com que o preço dele se mantenha valorizado por mais tempo”, mostra o estudo.   

Mas isso é uma particularidade do Corolla. Em outros modelos, o fato de haver menos demanda por uma versão pode fazer os preços dela despencarem, causando uma depreciação muito maior do que a taxa de desvalorização geral do modelo.  

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.