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Fãs da Nintendo, de Tóquio a Manhattan, enfrentaram longas filas para serem os primeiros a adquirir o Switch 2, impulsionando um dos maiores lançamentos globais de eletrônicos desde os tempos áureos do iPhone.
Quase 20 horas antes do início das vendas, consumidores já estavam na fila às 4h30 da manhã em frente à loja da GameStop na Union Square, em Nova York, enquanto outra fila se formava na Nintendo Store uptown. Em Tóquio, até executivos desmarcaram compromissos para esperar pelo lançamento do console de US$ 450.
Na linha de frente, na loja da Nintendo em Nova York, estava Christopher Evangelista, 22, conhecido online como Chickendog. Desde abril ele fazia “peregrinações” ao local para garantir a primeira unidade do Switch 2. “Nunca vivi o lançamento de um console. Nunca acampei por isso”, disse, entre fatias de pizza e muita empolgação.

Dentro da loja, o astro de “Saturday Night Live”, Bowen Yang, conversava com Doug Bowser, presidente da Nintendo of America, aguardando o lançamento à meia-noite. Yang, que já acumulava 165 horas no Zelda mais recente, declarou: “Vou direto pro Mario Kart”.
Além da festa dos fãs, o momento marca um divisor de águas na indústria: o Switch 2 pode influenciar decisões estratégicas de parceiros e rivais por anos. Em uma era de orçamentos crescentes e margens estreitas, um novo console popular pode ser o antídoto ao domínio de poucos jogos do tipo “live service”.

As ações da Nintendo caíram 2,4% em Tóquio na quinta-feira, apesar da forte demanda. Nos EUA, GameStop e Best Buy preveem que o Switch 2 esgote no lançamento.
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O novo console sucede o Switch original — um sucesso global há oito anos — com seu design híbrido de jogar na TV e em movimento.
Em Tóquio, Koji Takahashi, 54, esperou quatro horas na fila de uma loja da Bi Camera. Crescido com os baralhos hanafuda e os portáteis Game & Watch, tentou a sorte em 10 pré-vendas até garantir seu Switch 2. “Quero jogar Mario Kart com minha família”, disse.

A Nintendo aposta em um lançamento estrondoso para ganhar tração e confiança no futuro do produto — algo que a demanda por pré-venda já sugere. Uma estreia com filas e cobertura global faz parte dessa estratégia. “O Switch 2 é tudo o que a Nintendo tem — fracassar não é uma opção”, disse Serkan Toto, da consultoria Kantan Games.
A empresa, com sede em Kyoto, entra em terreno novo ao cobrar US$ 450 — preço que pode subir devido a tarifas dos EUA. No Japão, o Switch 2 será vendido por ¥49.980 (US$ 350).
O Switch original teve poucos concorrentes em 2017. Agora, enfrenta rivais como Steam Deck da Valve e novos aparelhos da Asus e Lenovo. A Sony também planeja um portátil compatível com o PS5, segundo a Bloomberg.

A arquitetura mais potente do Switch 2 facilita a execução de jogos de PC e mobile, podendo atrair um público mais amplo. Mas o sucesso depende da capacidade da Nintendo em criar jogos envolventes e atrair títulos externos, como Call of Duty.
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Compatível com jogos do Switch atual, o novo console terá uma ampla biblioteca no lançamento e será o primeiro da empresa a incluir títulos de US$ 80, como Mario Kart World.
O novo sistema de cartões-chave — cartuchos que desbloqueiam downloads via internet — foi bem recebido pelos desenvolvedores, pois reduz custos e simplifica a distribuição.

“Os publishers agradecem à Nintendo num momento de custos crescentes de produção”, diz Naoko Kino, da consultoria Kyos Co.
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O crescimento de jogos como Fortnite e Minecraft concentrou o tempo dos jogadores em poucas franquias, afastando-os dos consoles. Empresas como a Capcom migraram recursos para o PC, usando a Steam como ponte para alcançar o público jovem global. A Square Enix segue os mesmos passos.
“Se o Switch 2 decepcionar, a migração dos publishers para o PC só vai acelerar”, conclui Kino.
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