Moratória de Dubai pode impactar crédito no Brasil

Crédito ao consumidor é mais estável, mas o direcionado às pessoas jurídicas pode ser afetado por fato internacional, diz gerente da Serasa

Flávia Furlan Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – No dia 26 de novembro, o fundo de investimento administrado pelo governo de Dubai propôs aos credores atrasar em seis meses o pagamento de suas dívidas. A moratória pode impactar o crédito às empresas no Brasil, mas não às pessoas físicas.

“O crédito ao consumidor é mais estável do que o crédito empresarial e essa crise de 2008 mostrou isso”, disse o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi.

De acordo com ele, enquanto o crédito ao consumidor vive o “ápice do reaquecimento”, no caso da pessoa jurídica, as concessões ainda estão rodando em um ritmo bem abaixo do normal que existia antes da crise.

Continua depois da publicidade

Obtenção de recursos

Rabi disse que isso significa que o crédito às empresas ainda não está totalmente recuperado, ao contrário do que acontece com o da pessoa física.

“Porque o crédito das empresas, uma parte dele era obtida via captações externas: ou as próprias empresas captando diretamente através da emissão de bônus ou então bancos de médio porte emitindo bônus no exterior, trazendo recursos internamente e repassando basicamente para as médias empresas”, explicou.

O problema é que a moratória de Dubai mostrou que o mercado internacional não está totalmente restabelecido e coloca em risco o processo de recuperação do crédito à pessoa jurídica, “que está sendo bem mais lento do que foi a recuperação do crédito à pessoa física”, nas palavras de Rabi.