Limite pré-aprovado: cuidado com os juros e com os golpes

Outro grande problema , que merece atenção, é contar com esse crédito pré-aprovado como se ele fizesse parte do seu orçamento mensal

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Quem nunca se deparou, ao verificar o extrato da conta corrente, com um valor somado ao saldo real da conta, intitulado como limite pré-aprovado?

Apesar de muitas vezes os bancos juntarem esse valor ao valor que você tem disponível na sua conta, esse montante não é seu, e usá-lo pode sair bastante caro! Se antes esse era um limite que ficava disponível apenas para quem tinha cheque especial, hoje as instituições financeiras disponibilizam esse “dinheiro a mais” mesmo para quem não tem cheque, permitindo que o correntista gaste mais do que tem, por meio do cartão de débito, ou mesmo pelo saque em caixas eletrônicos, por exemplo.

Esse tipo de limite, que pode significar um certo alívio nos meses em que o orçamento está mais apertado, esconde um grande problema: taxas de juros bastante altas. Os especialistas são unânimes em afirmar: “apesar de cada banco praticar uma taxa de juro própria, existem outras formas de empréstimo mais baratas para quem, eventualmente, precisa gastar mais do que tem”.

Planejamento financeiro

Baixe gratuitamente!

Planejamento mensal

Outro grande problema é quando você começa contar com esse crédito pré-aprovado como se ele fizesse parte do seu orçamento, e acaba utilizando-o com grande frequência, fazendo com que, todos os meses, grande parte de sua renda seja destinada ao pagamento dos juros.

Para evitar essa situação, o Conselho Regional de Economia do Distrito Federal dá algumas dicas:

  • Faça a contabilidade de seus gastos com base no seu salário real. Veja o que é dispensável e não assuma novos compromissos;
  • Procure informar-se com o gerente do banco sobre outras linhas de crédito. As instituições financeiras possuem um produto chamado linha de crédito pessoal que, normalmente, oferece juros menores. Verifique em quantas vezes a dívida poderá ser parcelada através dessa linha de crédito. Certifique-se de que o valor das parcelas não desequilibra a renda mensal;
  • Vale a pena tentar renegociar a dívida, com taxas de juros diferenciadas, quando o descontrole for grande. Consulte um economista para ajudá-lo nesse tipo de negociação. Porém, em se tratando de uma renegociação, o cheque especial e outras linhas de crédito serão canceladas;
  • Trabalhe no limite de sua renda mensal, nunca gaste a mais e tente cortar despesas, para não precisar novamente do cheque especial. O desequilíbrio começa aí, pois você já tem uma dívida negociada e não pode endividar-se mais.
  • Cuidado com os golpes

    A consultora de riscos, Vanda Sotero, alerta ainda que esse limite de crédito pré-aprovado é um chamariz para golpistas. “O bandido está atrás de você na fila do caixa eletrônico e vê de relance que o valor do saldo disponível é alto. Você vira então uma ótima vítima”.

    Continua depois da publicidade

    Para evitar essa situação, a consultora dá duas dicas: “Você pode ligar para a instituição na qual é correntista e pedir que eles retirem o demonstrativo desse valor nos seus extratos impressos. Outra opção é, se você não usar esse limite, pedir para cancelá-lo ou mesmo diminuí-lo. Essa opção pode até ajudar no planejamento do seu orçamento”.