Jogo do bicho era usado para lavagem de dinheiro pela Esportes da Sorte, diz polícia

A Esportes da Sorte afirma que tem colaborado com as investigações e que as acusações são baseadas em interpretações equivocadas

Equipe InfoMoney

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A operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco na quarta-feira (4), que investiga uma suposta organização criminosa envolvida em jogos ilegais e lavagem de dinheiro, teve início após a apreensão de R$ 180 mil em uma banca de jogo do bicho, a Caminho da Sorte, em dezembro de 2022, segundo informações da Folha de S.Paulo.

A banca fica no bairro de Afogados, em Recife, e pertence a Darwin Henrique da Silva, pai do dono da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, que se entregou à polícia na quinta-feira (5).

A investigação revelou um caderno com anotações de apostas e prêmios, segundo a Folha, além de documentos que mostram a relação entre a Caminho da Sorte e a empresa de apostas Esportes da Sorte.

A polícia identificou que as anotações de apostas na banca somaram R$ 11,5 milhões entre janeiro e novembro de 2022. O delegado Paulo Gondim destacou que as apostas na Esportes da Sorte (jogos de azar), feitas em bancas de jogo do bicho, são proibidas por lei, tipificadas como contravenção penal.

O delegado ainda frisou em entrevista à Folha que a regulamentação das apostas esportivas não legalizou esse tipo de atividade – a aposta em jogos de azar em bancas de jogo do bicho.

A Esportes da Sorte, alvo de busca e apreensão, afirmou que tem colaborado com as investigações e que as acusações são baseadas em interpretações equivocadas. A empresa é registrada em Curaçao, no Caribe, mas a Polícia Civil alega que a situação configura crime na legislação brasileira, uma vez que as operações são realizadas em Recife.

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Os investigadores também apontaram que Darwin Henrique da Silva introduziu um novo modelo de jogo do bicho informatizado em Fortaleza, no Ceará, que aumenta a premiação dos apostadores. Além disso, foram identificados depósitos fragmentados em contas de intermediários, usados para ocultar a origem dos recursos.

A operação também mirou influenciadores, como a advogada e influenciadora Deolane Bezerra, que foi presa.

Os advogados dos envolvidos contestam as alegações, afirmando que as estruturas das empresas são distintas. Darwin Filho publicou uma carta defendendo a legalidade de suas atividades e ressaltando a importância de separar sua atuação de organizações criminosas.