Itaú anuncia serviço de aluguel de veículos elétricos no molde das bikes compartilhadas

No mesmo formato do Bike Itaú, novo serviço permitirá desbloqueio de carros pelo celular e será lançado no primeiro semestre de 2021

Giovanna Sutto

(Divulgação Itaú)

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SÃO PAULO – O Itaú Unibanco anunciou, nesta quinta-feira (12), a criação de um novo serviço de compartilhamento de veículos elétricos, o vec Itaú. A nova solução permitirá que os usuários desbloqueiem os carros em estações espalhadas pela cidade diretamente pelo celular, podendo devolvê-los na mesma ou em outra estação de carregamento – como acontece com as bicicletas compartilhadas.

A fase piloto do projeto vai ser lançada no primeiro semestre de 2021 e será exclusiva para colaboradores do banco. O serviço vai começar a funcionar de forma plena no segundo semestre do ano que vem. A primeira cidade selecionada é São Paulo, mas o plano é avançar para outras capitais com o desenvolvimento do projeto.

Luciana Nicola, Superintendente de Relações Institucionais e Governamentais do Itaú, afirmou que como o serviço de bicicletas está implementado em cinco capitais (São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Pernambuco e em Santiago, no Chile), nesses locais o banco já possui expertise para estudar e possivelmente testar o vec Itaú de maneira mais rápida. “Nessas cidades já temos conhecimento para entrar com o serviço de carros elétricos”, disse em coletiva nesta quinta.

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Rodnei Bernardino de Souza, diretor do Itaú Unibanco, acrescentou que os testes vão começar com cerca de seis carros, que vão circular entre os polos administrativos do banco em São Paulo. “Vamos testar com os colaboradores entre nossas sedes na cidade. […] O tamanho da frota será consequência da análise de cada cidade e de sua demanda, mas queremos atender todos os interessados. Após os testes no primeiro semestre, vamos consolidar as informações e ampliar o serviço de maneira organizada”, disse.

“Estamos colocando nossa expertise financeira a serviço das pessoas, em um modelo em que contaremos com parcerias estratégicas com montadoras, locadoras e demais players do segmento”, complementou Souza.

Preço não informado

O banco não informou os valores do serviço. “Não temos valores definidos, mas estamos estudando um modelo com tarifa inicial fixa e depois um acréscimo por tempo de uso. Mas a ideia é que seja um preço viável para a maioria das pessoas, a fim de ter uma alta adesão. Serão feitas experimentações no primeiro semestre para ajustar os valores”, explicou Souza.

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O projeto foi criado em parceria com a Ucorp, responsável pelo desenvolvimento do aplicativo e da plataforma, pela infraestrutura de conectividade e pela operação de logística.

Como vai funcionar

Para alugar o veículo, os usuários precisarão baixar o aplicativo do vec Itaú, fazer um cadastro, reservar o carro e na data, local e hora combinados devem encontrar o carro e fazer o desbloqueio do mesmo pelo próprio app nas estações espalhadas pela cidade. Todo os carros são elétricos e, por enquanto, estarão disponíveis os veículos nos modelos Jaguar I-Pace, BMW i3 e JAC iEV40.

O aplicativo estará disponível para smartphones com sistemas iOS e Android e qualquer pessoa poderá usar o serviço – embora os clientes do Itaú possam ter benefícios de precificação, segundo indicou Souza.

O Itaú avaliará novas parcerias ao longo do tempo para ampliar o portfólio de veículos elétricos disponíveis e aumentar as opções.

Além disso, o banco garantiu que todos os veículos passarão por procedimentos de higienização, que vão respeitar os protocolos de segurança para que os clientes se sintam confortáveis para utilizá-los – principalmente considerando o cenário de pandemia. Ainda, serão disponibilizados kits dentro dos carros para os clientes que queiram reforçar a higienização.

Todos os carros disponíveis terão conexão com a internet e adesivos da ConectCar, empresa de meios de pagamento eletrônico e concorrente do SemParar, para liberação automática de cancelas em pedágios e estacionamentos.

Segundo Souza, os carros vão trazer alertas sonoros para orientar os motoristas, mas o banco fará um trabalho de conscientização do público sobre o uso do carro elétrico, que é bem silencioso.

Além disso, Luciana informou que o banco vai promover uma integração com o Bike Itaú, como forma de complementar o trajeto desejado com diferentes modais, já que o foco principal dos carros elétricos é a viagem “só de ida”, de uma estação à outra em pontos diferentes da cidade.

Milad Kalume Neto, diretor de novos negócios, da consultoria automotiva Jato Dynamics, diz que iniciativas como essa do Itaú tendem a incentivar o consumo de carros elétricos, embora seja um projeto de longo prazo.

“Sempre que você passa a disponibilizar novas tecnologias há a tendência de aumento naquele tipo de demanda. Por isso, a iniciativa do Itaú faz com que o brasileiro tenha mais contato com o veículo elétrico e oferece esse tipo de carro como uma opção. E muitas pessoas não têm essa opção hoje porque é caro em função da tecnologia”, disse.

“Mas de qualquer maneira é uma iniciativa que pode estreitar a relação do brasileiro com o carro elétrico no longo prazo. Tem muita estrada pela frente. Por mais que exista uma demanda crescente ano a ano, a categoria de elétricos ainda representa muito pouco da frota total do país. Temos menos de 50 mil veículos elétricos rodando no país e uma frota de 42 milhões no total”, complementou Neto.

Mobilidade

O banco ressaltou a importância da mobilidade sustentável. “O mundo está em constante transformação e a forma como as pessoas se locomovem nos grandes centros também segue evoluindo. Queremos acompanhar de perto as tendências da sociedade e essa nova solução de mobilidade urbana servirá como alternativa ou complemento ao uso de outros modais”, afirma Souza.

Vale lembrar que a iniciativa do Itaú não é a única desse tipo em São Paulo. Em julho de 2019, a beepbeep chegou ao mercado com a mesma proposta: carros elétricos compartilhados e com uma frota composta pelo modelo Renault Zoe. Nesse caso, a cobrança padrão para esse modelo é de uma “bandeirada” de R$ 4,90 inicial mais R$ 0,60 por minuto de uso. A empresa já lançou o serviço, com 60 estações espalhadas pela cidade de São Paulo, com uma concentração nas regiões sul e oeste – focando em shoppings e estacionamentos.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.