Intenção de consumo das famílias cai pelo quarto mês seguido, para o pior patamar da série histórica

Segundo a FecomercioSP, mesmo com a reabertura gradual do comércio, boa parte das famílias não pretende fazer compras grandes nos próximos meses

Pablo Santana

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SÃO PAULO – O Índice de Consumo das Famílias (ICF) caiu 18,8% na comparação mensal, saindo de 77,4 pontos em maio para 62,9 pontos no mês de junho, a quarta queda consecutiva e o menor resultado registrado na série histórica iniciada em 2010.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, a baixa foi ainda maior: 33,4%. Desde o início da quarentena, de março a junho de 2020, a retração do acumulado do índice foi de 40,7%.

Segundo a FecomercioSP, o resultado indica que a recuperação econômica deverá ser lenta, mesmo com a retomada gradual do comércio na capital paulista.

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Todos os sete itens analisados caíram em junho, sendo o indicador “perspectiva profissional” o que sofreu a maior retração mensal, de 31,7%, seguido por “perspectiva de consumo”, com queda de 27,7%, e “emprego atual” com recuo de 21% em relação ao mês de março.

A paralisação de diversas atividades econômicas e as consequentes demissões em massa, as pontuações dos indicadores ligados ao emprego (perspectiva profissional e emprego atual), que seguiam bem avaliados até março, atingiram as mínimas históricas atualmente: 55,1 pontos e 46,6 pontos, respectivamente.

Segundo a FecomercioSP, a queda na intenção de consumo impactou diretamente o mercado de crédito, com cerca de 93,4% das famílias afirmando que não pretendem contrair crédito nos próximos três meses.

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Na contramão dos índices negativos, o endividamento caiu de 60,5% em maio para 57,7% em junho: 2,28 milhões de famílias registram algum tipo de dívida neste mês, 111 mil a menos do que no mês passado. Com a pausa nas vendas físicas, também houve recuo na inadimplência, de 18,7% em maio para os atuais 15,6%. Em abril, a inadimplência atingia 21,6% das famílias.

O endividamento no cartão de crédito ainda representa o maior porcentual, 69,4%, seguido pelo financiamento de carro, 16,8%, e financiamento de casa, com 15,3%.  A entidade notou ainda uma elevação na opção por crédito consignado, de 5,6% em abril para 10,9%.

Para lidar com a situação, a entidade indica que é necessário que o comerciante reduza o preço final do produto, na tentativa de atrair os consumidores.

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é realizado mensalmente pela FecomercioSP, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios