Horário de verão vai voltar? Lula faz enquete com a população em rede social

Ainda não há decisão final; estudo da ONS de agosto mostra que o horário de verão neste ano não traz benefícios para o sistema elétrico

Estadão Conteúdo

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda nem assumiu, mas já começou a consultar os brasileiros sobre temas polêmicos.

Nesta segunda-feira (7), ele publicou uma enquete em uma rede social sobre a volta do horário de verão. “Governo que consulta a população. O que vocês acham da volta do horário de verão?”

O tema divide opiniões: há quem ame e quem odeie. Mas, até as 9h desta terça (8), o placar estava folgado: 68% dos usuários pediam a volta do horário de verão, e 32% se manifestaram contra.

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Na última sexta-feira (4), o ator Bruno Gagliasso pediu a volta do horário de verão ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. “Horário de verão é o Brasil feliz de novo!”, escreveu no Twitter. Alckmin respondeu o ator com um emoji ao estilo “anotado”.

Logo em seguida, o apresentador da TV Globo Rodrigo Bocardi reclamou: “Ah para! nada disso, nós madrugadores também queremos acordar com a luz do dia!”.

O horário de verão economiza energia?

No post de Lula, diversos usuários questionaram que a decisão sobre a volta ou não do horário de verão teria de ser embasada não em preferências, mas em estudos e avaliações técnicas, que apontariam se a medida seria ou não vantajosa para o sistema elétrico.

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Mas, afinal, o horário de verão economiza energia? Segundo o Estadão, novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que a aplicação do horário de verão neste ano não traz benefícios para a operação do sistema elétrico nacional.

A análise sobre a possibilidade de retomar o mecanismo, extinto em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro, foi feita a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME) em agosto. Apesar do parecer, a decisão sobre a medida caberá ao governo federal.

Criado com a finalidade de aproveitar o maior período de luz solar durante a época mais quente do ano, o horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 pelo então presidente Getúlio Vargas e adotado em caráter permanente a partir de 2008.

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Mas, mudanças nos hábitos do consumidor e avanço da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia ao longo dos anos. Esse foi o argumento usado pelo governo para extinguir a medida em 2019.

O novo estudo foi solicitado justamente para entender se houve alguma alteração nesse cenário com o crescimento da geração de energia solar, sobretudo pela expansão dos sistemas de geração distribuída.

O objetivo era entender quais seriam os efeitos de adiantar o pico de consumo do início da noite para um horário em que ainda há sol e geração dessa fonte, o que poderia reduzir a necessidade de acionar outras que podem custar mais caro.

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No passado, em meio à crise hídrica e pressão crescente de alguns setores da economia, o MME também solicitou uma avaliação sobre a volta do mecanismo.

O estudo entregue à pasta apresentou o mesmo argumento usado em 2019: a medida não traria economia de energia.

A avaliação apontou que o horário de verão poderia ajudar, mesmo que pouco, a atenuar o consumo nos horários de ponta. Diante do diagnóstico, o governo descartou a volta do horário de verão.