Harley testa motos elétricas levando modelos silenciosos de turnê pelos EUA

Duas frotas dos protótipos serão apresentadas em mais de 30 cidades, começando em 24 de junho em Nova York

Bloomberg

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20 de junho (Bloomberg) – Esqueça o rosno da Harley. Os caras da Harley-Davidson Inc. querem saber o que você acha de uma moto mais silenciosa que assobie pelas estradas movida a eletricidade.

Após gerações de motores que rosnam movidos a gasolina com seu ruído surdo e crepitante, a fabricante de motos com sede em Milwaukee criou uma moto ecológica que funciona com eletricidade. Seu som tem “tom agudo, mas ainda é muito forte”, disse Mark-Hans Richer, diretor de marketing da empresa, similar a um jato de combate aterrissando em um porta-aviões.

“Ora passando por perto, ora com você na direção, o som deveria ter um caráter emocional”, disse ele. “Quando você ouve a moto passar por perto, você diz: ‘Uau, que legal'”.

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A fabricante de motos, cujos lendários modelos para estradas são tão barulhentos quanto grandes, levará 22 motos elétricas por turnê pelos EUA a partir da semana que vem, a fim de procurar reações que ajudarão a dar forma ao desenvolvimento do veículo com consciência ecológica. Dependendo das reações, pode ser que a Harley sem escapamento nunca saia do departamento de pesquisa e desenvolvimento, disse Richer.

“É assim que gostamos de explorar produtos, pelos olhos dos nossos clientes”, disse ele em uma entrevista. “Não poderíamos imaginar ver esta moto colocada sobre uma plataforma giratória em uma exposição com modelos entregando panfletos. Era necessário que fosse real, algo com que os clientes pudessem ter uma experiência em primeira mão”.

Duas frotas dos protótipos serão apresentadas em mais de 30 cidades, começando em 24 de junho em Nova York, disse a companhia em um comunicado. As pessoas poderão levar a moto para andarem ou sentar em uma ligada a uma máquina que simulará a experiência de dirigi-la, disse Richer. A turnê continuará no ano que vem em mais cidades americanas, na Europa e no Canadá.

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Novo público

Durante boa parte de seus 111 anos de história, a Harley vendeu motos tão rápido quanto podia a compradores que conhecia bem: americanos brancos, ricos e de meia-idade. A recessão mudou isso.

Em 2009, a receita caiu quase um quarto em relação ao ano anterior. O CEO Keith Wandell, contratado da fabricante de autopeças Johnson Controls Inc., reduziu custos e levou a Harley a tentar expandir sua base de clientes para mulheres, motoristas mais jovens, pessoas de outras raças e de outros países.

Embora 25 por cento da sua receita em 2006 viesse de fora dos EUA, agora a empresa prognostica que para este ano, 40 por cento das vendas sejam feitas em mercados estrangeiros, onde fica mais da metade de suas concessionárias.

Novos métodos

A Harley também mudou a forma de desenvolver modelos novos, usando grupos de foco e clínicas e abrindo provas para um amplo círculo de consumidores e concessionários nos EUA e no exterior.

Os resultados chegaram ao mercado no ano passado com a linha Touring, equipada com sistemas de ativação por voz e GPS com tela de toque, e com as motos Street, primeiros modelos de peso-leve da Harley em décadas.

Se a Harley virar ecológica mesmo, ela concorrerá contra um punhado de companhias, incluindo a Brammo Inc. e a Zero Motorcycles Inc. Espera-se que as vendas globais de motos elétricas cresçam ligeiramente, segundo um relatório da Navigant Research, de 1,2 milhão de unidades anuais neste ano para 1,4 milhão de unidades em 2023.

“A ideia visa aproveitar o movimento de sustentabilidade”, disse Jaime Katz, analista com a Morningstar Inc. em Chicago, em uma entrevista. “A Geração Y está ganhando importância, e à medida que as gerações evoluem, este tipo de projeto ecologicamente diferente terá potencial para atrair um público muito mais amplo”.

A Harley subiu 0,3 por cento para US$ 70,14 ontem no encerramento em Nova York. As ações ganharam 1,3 por cento neste ano.