França tem 72% de chance de vencer e Inglaterra, 62%; Polônia é a grande azarã do dia

Se confirmarem seus favoritismos, França e Inglaterra se enfrentarão nas quartas de final da Copa (assim como Argentina e Holanda, que avançaram no sábado)

Lucas Sampaio

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A França tem 72% de chance de vencer a Polônia e a Inglaterra, 62% de derrotar Senegal, nos jogos deste domingo (4) das oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, apontam as probabilidades implícitas dos palpites feitos em casas de apostas esportivas on-line.

Já os poloneses são os maiores azarões do dia e têm menos de 10% de chance de ganhar dos atuais campeões mundiais, no jogo das 16h. Na partida das 12h, os senegaleses têm um pouco mais de chance de vencer 13%, mas o resultado também é bastante improvável.

16h: França x Polônia:

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12h: Inglaterra x Senegal

As porcentagens foram calculadas pelo InfoMoney com base nas “odds” de 3 sites de apostas: bet365, sportingbet e beftair. A probabilidade implícita de cada resultado (vitória da seleção A, empate e vitória da seleção B) mostra as odds em porcentagens excluindo a margem de lucro das casas de aposta.

Caso confirmem seus favoritismos, França e Inglaterra se enfrentarão nas quartas de final do torneio, assim como Argentina e Holanda, que também confirmaram os prognósticos no sábado (2), derrotaram respectivamente a Austrália e os Estados Unidos e vão reeditar nas quartas de final desta Copa o confronto da semifinal de 2014, no Brasil.

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França x Polônia

No jogo das 16h, uma vitória da França paga odds entre 1,30 e 1,32 (isso significa que, quem apostar R$ 100 no resultado e acertar, ganha o seu dinheiro de volta mais R$ 32). O empate paga no máximo 5,25 e a vitória da Polônia, no máximo 11,00 (ou seja, 1.100% do valor apostado).

A odd é um multiplicador do valor que um apostador ganha se acertar o seu palpite e, quanto mais próximo de 1 ela está, mais provável um resultado é. Por isso, implicitamente as odds apontam a probabilidade de um determinado resultado acontecer.

França x Polônia Odds Probabilidade
Resultado bet365 sportingbet betfair implícita
Vitória da França 1,30 1,32 1,30 72,2%
Empate 5,25 5,25 5,00 18,3%
Vitória da Polônia 11,00 8,75 10,00 9,6%

Inglaterra x Senegal

No jogo das 12h, a Inglaterra também é favorita a derrotar Senegal e avançar para as quartas de final. Vitória dos ingleses paga odds entre 1,50 e 1,53, o empate paga no máximo 3,90 e vitória dos senegaleses, até 7,50.

Isso significa que, se você apostar R$ 100 na derrota (e eliminação) da Inglaterra, pode ganhar até R$ 750 (os R$ 100 que apostou de volta mais R$ 650 de “lucro”). Mas é importante destacar que o resultado é bastante improvável, por isso paga odds tão altas.

Inglaterra x Senegal Odds Probabilidade
Resultado bet365 sportingbet betfair implícita
Vitória da Inglaterra 1,53 1,53 1,50 62,0%
Empate 3,75 3,90 3,75 24,8%
Vitória de Senegal 7,50 7,00 7,00 13,2%

Copa das zebras

Apesar dos favoritismos indicados pelos sites de aposta, o que não tem faltado no Copa do Catar é zebra. Foram 6 em 5 dias, entre a segunda e a sexta desta semana, que culminaram nas classificações de Senegal, Austrália, Marrocos, Japão e Coreia do Sul para as oitavas de final.

Veja abaixo os dias e horários das partidas:

A “Copa das zebras” mostrou a sua cara mais uma vez na sexta-feira (2), com a vitória de Camarões sobre o Brasil e da Coreia do Sul de virada contra Portugal — resultado que classificou a seleção asiática e eliminou Uruguai e Gana.

Além das vitórias da Coreia do Sul e de Camarões, a última rodada da fase de grupos teve outras 4 zebras: vitória do Japão sobre a Espanha na quinta (1º), da Tunísia sobre a França e da Austrália sobre a Dinamarca na quarta (30) e de Senegal contra o Equador na segunda (28).

Na segunda rodada foram 2 zebras: a derrota do Japão para Costa Rica e o empate entre Espanha e Alemanha. Na primeira rodada teve as derrotas da Argentina para a Arábia Saudita e da Alemanha para o Japão — os resultados mais improváveis da Copa até agora.

Brasil hexacampeão?

Apesar de ter dado chance para o azar na sexta (2), o Brasil é considerado o maior favorito para vencer a Copa do Catar e levar o hexacampeonato para a casa, segundo palpites feitos nos 3 sites de apostas consultados. Argentina e França aparecem logo atrás, seguidas por Espanha e Inglaterra.

Com base nas odds dos países, o time quantitativo da área de research da XP calculou a probabilidade implítica de cada seleção ser campeã. Para isso, considerou a maior chance disponível para um determinado resultado, que melhor representaria o comportamento de um torcedor fazendo uma aposta, e converteu essas chances em probabilidades (considerando a margem de lucro da casa de aposta).

Por este critério, o Brasil tem 19,28% de chance ser hexacampeão, à frente da Argentina (13,34%), da França (10,84%),  da Espanha e da Inglaterra (empatadas em 4º lugar com 9,64%). As lanternas são a Costa Rica e a Arábia Saudita, que já foram eliminadas e tinham apenas 0,12% de chance (as odds delas estão em 751).

As odds (e portanto as probabilidades) podem mudar porque elas levam em conta as apostas que estão sendo feitas. As odds e as porcentagens calculadas pela área quant da XP na tabela abaixo foram atualizadas 3 antes do início da Copa.

 País bet365 sportingbet betfair Odd máxima Probabilidade implícita
Brasil 4,5 4,5 4,5 4,5 19,28%
Argentina 6,5 6 6,5 6,5 13,34%
França 8 8 7,5 8 10,84%
Espanha 9 9 8,5 9 9,64%
Inglaterra 9 9 9 9 9,64%
Alemanha 11 11 12 12 7,23%
Holanda 16 13 15 16 5,42%
Bélgica 17 17 17 17 5,10%
Portugal 15 17 15 17 5,10%
Dinamarca 29 29 23 29 2,99%
Uruguai 41 41 41 41 2,12%
Croácia 51 41 36 51 1,70%
Sérvia 81 81 91 91 0,95%
Suíça 101 81 91 101 0,86%
Senegal 126 81 126 126 0,69%
Estados Unidos 151 101 126 151 0,57%
México 151 101 91 151 0,57%
Polônia 151 101 176 176 0,49%
País de Gales 201 151 126 201 0,43%
Equador 151 151 251 251 0,35%
Marrocos 201 251 301 301 0,29%
Camarões 251 251 301 301 0,29%
Japão 251 251 301 301 0,29%
Canadá 201 251 301 301 0,29%
Gana 251 251 301 301 0,29%
Coreia do Sul 251 251 301 301 0,29%
Catar 251 251 426 426 0,20%
Irã 501 501 501 501 0,17%
Austrália 351 401 501 501 0,17%
Tunísia 501 401 501 501 0,17%
Costa Rica 751 601 501 751 0,12%
Arábia Saudita 751 601 501 751 0,12%

Casas de apostas esportivas

As apostas esportivas são feitas em sites que oferecem dinheiro para quem acertar o “chute” sobre o resultado de um jogo ou uma aposta específica (pode ser até o número de escanteios do time A ou o número de de faltas em uma partida).

É um mercado gigantesco e pouco regulado no mundo inteiro, que cresce em ritmo acelerado no Brasil. Estima-se que haja cerca de 450 sites de apostas esportivas ativos no país atualmente, movimentando valores na casa dos R$ 10 bilhões por ano.

Para se projetarem no mercado, esses sites têm patrocinado os principais campeonatos, clubes e jogadores de futebol do Brasil e do mundo (todos os 20 times da série A do Campeonato Brasileiro têm patrocínios de casas de apostas).

Falta de regulamentação

O então presidente Michel Temer (MDB-SP) sancionou em dezembro de 2018 a Lei 13.756, que autoriza a operação de casas de apostas esportivas no Brasil, mas a lei até hoje não foi regulamentada, o que deixa o mercado de apostas esportivas no Brasil em uma espécie de “limbo”.

Assim, grande parte das empresas que operam hoje no país tem sede no exterior, não respondem à legislação local, não pagam impostos e podem oferecer também jogos de azar (como de cassino) – que são ilegais no Brasil e implicam grandes riscos de dependência psicológica.

Algumas casas oferecem recursos para seus clientes apostarem de forma mais segura. A betfair, por exemplo, tem um serviço de bloqueio temporário da conta caso o apostador perca dinheiro além de um limite e também uma página de aconselhamento para familiares e amigos reconhecerem e lidarem com alguém que possa estar se viciando. Outras casas contam com serviços semelhantes.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.