Ex-executivo da Apple considerado o “padrinho do iPod” revela histórias secretas do iPhone

Na segunda-feira (9), o iPhone completou 10 anos de existência e Fadell revelou ao site algumas histórias antes nunca contadas

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Você provavelmente sabe quem foi Steve Jobs e seu legado para tecnologia. Mas o fundador da Apple não foi o único responsável pela criação e desenvolvimento dos aparelhos da companhia. O designer Tony Fadell participou de forma direta nos conceitos de criação dos iPods e iPhones, segundo informações da BBC.

Na segunda-feira (9), o iPhone completou 10 anos de existência e Fadell revelou algumas histórias antes nunca contadas. Segundo o site, ele é considerado o “padrinho do iPod” e trabalhou na Apple até 2010, onde desenvolvia o design dos dispositivos da marca. Quando saiu, fundou uma empresa especializada em casas inteligentes que atualmente pertence à Alphabet, vinculada ao Google. Hoje, no entanto, o executivo não trabalha mais para a empresa. Em entrevista ao site, Fadell revelou algumas curiosidades sobre o icônico smartphone da Apple. 

Design

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Fadell afirma que o iPhone é uma ideia inspirada do iPod. A equipe da Apple queria produzir algo mais amplo, como uma plataforma para diversas mídias. O dispositivo era o que estava dando mais dinheiro a empresa e montar uma plataforma mais desenvolvida poderia gerar mais lucro.

Por isso, por exemplo, o smartphone tem o botão home como comando. O conceito veio da roda de controle do iPod. A tela touchscreen era um trabalho secreto da empresa. Fadell explicou que a primeiro protótipo era do tamanho de uma mesa de ping-pong. “Era enorme, mas Steve me mostrou e disse: ‘Eu quero colocar isso no iPod’”, conta.

Fadell avisou Jobs que fazer um dispositivo touchscreen como o que ele imaginava levaria tempo, dinheiro e uma nova infraestrutura. Então, os planos começaram a serem postos em prática. A ideia foi continuada para o iPhone. 

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Protótipo perdido

Fadell contou também a história de quando perdeu o protótipo do iPhone dentro de um avião, o incidente quase lhe custou o emprego na Apple. “Steve disse que o iPhone era totalmente secreto, qualquer um que revelasse algo para o público seria demitido”, relembrou.

Depois de duas horas procurando o dispositivo, com a ajuda de uma equipe de busca que não sabia o que estava procurando porque ele não podia contar, o protótipo foi achado entre dois assentos doavião. “Ele caiu do meu bolso e eu não vi”, contou ao site.

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Polêmica decisão de colocar ou não teclado no iPhone

Segundo Fadell, a decisão se o iPhone teria ou não um teclado foi difícil e durou cerca de 4 meses. Muitos funcionários achavam que o novo smartphone deveria ter o recurso porque o principal concorrente em 2007 era o Black Berry. No entanto, Jobs tinha certeza de que a tela totalmente touchscreen seria o diferencial. “Chegou uma hora que Steve impôs uma política mais contundente: quem não concordasse com ele poderia sair da Apple”, revela Fadell ao site. Assim, a tela inteiramente touch do iPhone foi a decisão da empresa.

Estratégia secreta – e ousada

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Jobs mantinha sua filosofia de que o iPhone não precisaria de uma caneta, já que com o dedo o usuário poderia usar o aparelho. No entanto, Fadell e sua equipe desenvolveram uma caneta nomeada Stylus, sem o CEO da Apple saber. “Se ele descobrisse arrancaria minha cabeça”, conta ao site.

Fazer coisas em segredo era uma estratégia comum para engenheiros e designers teimosos que consideravam que o que Jobs não sabia não poderia irritá-lo. E foi usada novamente quando a equipe criou o recurso de conectar o iPod ao computador para passar músicas na tentativa de aumentar o número de dispositivos compatíveis. Mas dessa vez o CEO descobriu, aceitou a ideia e mais tarde foi usada no iPhone também. 

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.