Espanhola, francesa ou belga? Veja curiosidades no Dia Mundial da Batata Frita

Criação é disputada pela Espanha, França e Bélgica, mas foi a adoção de porções do prato em restaurantes de fast food nos EUA que tornou as “french fries” uma parte inseparável da gastronomia popular

Roberto de Lira

(Foto: Alex P./Pexels)
(Foto: Alex P./Pexels)

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30 de maio é considerado o Dia Mundial da Batata Frita. A iguaria, conhecida em todo mundo, não tem, na verdade, um data de criação, uma vez que a batata é usada como alimento ou complemento de pratos há milhares de anos, assim como a prática de fritar alimentos no óleo. O que é certo é que a adoção de porções do prato em restaurantes de fast food nos EUA tornaram as “french fries” uma parte inseparável da gastronomia popular.

O InfoMoney reuniu algumas informações e curiosidades sobre o parto. Veja:

Quem “inventou” a batata frita?

Segundo trabalhos de historiadores, as batatas são provavelmente um produto da culinária de rua, sem nenhum criador identificável. Sobre a nacionalidade da iguaria, há dúvidas se a criação é francesa, belga ou espanhola. A favor da Espanha conta o fato de as batatas terem sido introduzidas na Europa pelos espanhóis, mas a primeira variação conhecida são as ‘pomme frites’ francesas. O prato virou febre nos Estados Unidos após a 1ª Guerra Mundial, quando soldados americanos tomaram contato com as fritas na Bélgica.

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Por que então elas são chamadas de “french fries”?

Segundo o historiador belga da comida, Pierre Leqluercq, a primeira menção registrada de batatas fritas está em um livro parisiense em 1775. Já a primeira receita do que é uma batata frita moderna está em um livro de receitas francês de 1795, La cuisinière républicaine. Leqluercq conta que foram essas batatas fritas parisienses que inspiraram Frederic Krieger, um músico da Baviera a levar a receita para a Bélgica. Lá, ele abriu um negócio e começou a vender batatas fritas com o nome de “la pomme de terre frite à l’instar de Paris” (‘batatas fritas ao estilo parisiense”, numa tradução livre).

Sucesso nos EUA

As estimativas dizem que os americanos comem cerca de 30 quilos de batatas fritas por pessoa a cada ano. Mas a primeira menção oficial a batatas fritas nos EUA foi o cardápio de um jantar na Casa Branca oferecido pelo presidente Thomas Jefferson, em 1802, que cita batatas à ‘maneira francesa’, ou seja, cortadas em fatias finas e fritadas. Essa receita está livro de Mary Randolph, The Virginia House-Wife, de 1824. Jefferson tomou contato com a iguaria quando serviu na França como ministro americano, entre 1784 a 1789. Já as famosas fritas do McDonalds só estrearam no cardápio em 1949, substituindo os chips de batatas servidos até então.

Qual o consumo global?

Segundo relatório do Fortune Business Insights, o tamanho do mercado global de batatas fritas foi avaliado em US$ 17,12 bilhões em 2024, com projeção de atingir US$ 17,94 bilhões em 2025, chegando a US$ 26,56 bilhões até 2032. O tamanho do mercado de batatas fritas nos EUA deve crescer significativamente nesse período, atingindo um valor estimado de US$ 8,53 bilhões até 2032, impulsionado pelo aumento do consumo de produtos alimentícios de conveniência e prontos para consumo. O rápido crescimento no número de cadeias de fast food de estilo ocidental, como KFC, Dairy Queen Grill & Chill e lojas McDonald’s em todo o mundo, particularmente nos países asiáticos, reforça a tendência. Segundo o estudo, o consumo do prato só caiu em 2020, por conta da pandemia de Covid-19.

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Existe um Museu da Batata Frita?

Por conta dessa identificação com a Bélgica, existe um Museu da Batata Frita, o Frietmuseum, localizado em Bruges. O museu foi fundado em 2008 por Eddy Van Belle, que já havia aberto dois outros museus em Bruges, o Choco-Story, dedicado à indústria de chocolate da Bélgica, e Lumina Domestica, que abriga a coleção de 6.500 peças de lâmpadas. O museu está distribuído por três andares, com exposições sobre a história das batatas, começando no Peru em 8000 antes de Cristo. Além de fotografias e obras de arte, os visitantes podem conhecer como eram os descascadores de batata históricos e as antigas máquinas de fazer batatas fritas. Fica aberto todos os dias e os ingresso custam de 6,50 a 11 euros.