Enchentes afetam abastecimento de combustíveis no RS

"A única refinaria que produz diesel no estado está sem acesso", afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta

Reuters

Inundação em Canoas 5/05/2024 REUTERS/Amanda Perobelli

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A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), da Petrobras, no Rio Grande do Sul, tem dificuldades para escoar combustíveis como o diesel, devido a problemas logísticos decorrentes das enchentes, deixando desabastecidas várias regiões, enquanto distribuidoras ainda lidam com os impactos das fortes chuvas.

“A única refinaria que produz diesel no estado está sem acesso. Por conta disso (…) as cidades e regiões do estado começaram a ficar sem diesel, as prefeituras não conseguem trabalhar na limpeza porque não tem mais diesel”, afirmou nesta terça-feira (7) o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

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Em nota na véspera, o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) afirmou que a refinaria, com capacidade para processar 32 mil m³/dia de petróleo, estava operando em carga mínima, com retirada de produtos, como diesel e gasolina, abaixo do normal.

As retiradas de gás liquefeito de petróleo (GLP), o chamado gás de cozinha, estavam perto de “zero”.

O presidente da Federação da Agricultura do estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, relatou à Reuters a dificuldade para conseguir abastecer.

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“O grande problema que está acontecendo é falta de combustível, não tem logística para trazer combustível, eu que estou no município de Bagé, chega no posto ele só vende 20 litros, porque não sabe quando vai ter, este é um drama que estamos passando hoje”, afirmou, em entrevista por telefone.

A Refap, localizada no município gaúcho de Canoas, atende principalmente ao mercado regional, com foco na maximização da produção de óleo diesel.

O diretor institucional da Brasilcom –federação que representa mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis instaladas em quase todos os Estados brasileiros –, Sergio Massillon, afirmou que “a situação está muito complicada com imensas dificuldades logísticas, postos revendedores sem produtos”.

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“O maior problema é o da movimentação de GLP”, afirmou Massillon.

“As distribuidoras têm produtos, mas não conseguem atender a todos os pedidos da revenda por não ter como entregar, principalmente na área da Grande Porto Alegre, mas com reflexos também no interior.”

Na véspera, a reguladora do setor de petróleo e combustíveis ANP explicou que combustíveis fósseis chegam por ligação dutoviária na Refap em Canoas (RS) e às bases de distribuição no entorno.

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Uma dificuldade maior tem sido a entrega de etanol e biodiesel no estado, que normalmente chegariam por via rodoviária ou ferroviária às bases de distribuição em Esteio e Canoas, o que levou a autarquia a anunciar na véspera uma flexibilização das regras de mistura obrigatória dos biocombustíveis nos combustíveis fósseis.

Na nota de segunda-feira (6), o IBP informou que houve “redução geral no consumo, na ordem de 40%, dado o comprometimento dos fluxos logísticos, porém a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e as bases de distribuição de combustíveis estão operando e distribuindo o produto dentro das possibilidades”.

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