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RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Fecombustíveis, federação que representa cerca de 40 mil postos de combustíveis no país, afirmou nesta sexta-feira que cobrança do CEO da Petrobras nas redes sociais por fiscalização nas bombas para garantir preços mais baixos pode gerar uma conotação equivocada sobre o funcionamento do setor, que opera em um mercado livre.
Jean Paul Prates afirmou na quinta-feira à noite na rede social X, antes conhecida como Twitter, que os preços dos postos do Rio de Janeiro jamais poderiam cobrar acima de 6 reais o litro da gasolina agora, considerando cálculos da petroleira de impactos a partir de reajuste no valor médio cobrado por ela na venda às distribuidoras.
Na publicação, Prates afirmou que era “hora das autoridades competentes fiscalizarem e, se necessário, protegerem o consumidor”.
“É necessário enfatizar que o segmento de combustíveis passou por mudanças e não se pode cobrar preços uniformes do óleo diesel ou da gasolina em uma cidade, região ou em todo país”, disse a Fecombustíveis.
“Destaca-se que a fala do presidente da Petrobras pode gerar uma conotação equivocada sobre o funcionamento do setor de combustíveis, além de incentivar ações de fiscalização nos postos, muitas vezes truculentas e desnecessárias, que chegam nos estabelecimentos acompanhados da polícia para checar os preços de bomba.”
A Petrobras anunciou nesta semana um aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras, a partir de quarta-feira.
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Segundo Prates, o impacto médio do ajuste para a gasolina na porta das refinarias da Petrobras (de 0,41 real por litro) seria de 0,30 real por litro (considerando a mistura compulsória do etanol).
“Considerando a sua aplicação ao preço médio anterior do Rio (5,43 reais), a nova média deveria ser de 5,73 reais e jamais passar de 6 reais. A média Brasil estava em 5,53 reais – portanto, 5,83 reais pós”, disse ele na X.
A Fecombustíveis, porém, destacou que os custos das refinarias da Petrobras representam um terço do valor total pago pelo consumidor no preço de bomba, que depende de uma série de fatores como margens da distribuição e revenda, impostos, além da mistura de biocombustíveis.
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“Esclarecemos que não se pode cobrar o repasse integral do aumento de preços nas refinarias da Petrobras porque as distribuidoras incluem outros custos, além do preço da Petrobras. Por conta da complexidade de precificação da cadeia, os postos dependem dos valores de combustíveis repassados pelas companhias distribuidoras”, disse a Fecombustíveis.
A federação destacou ainda que o Brasil conta com refinarias privadas, que se norteiam pelos custos do mercado internacional, além de importar cerca de 25% do óleo diesel e 15% da gasolina, o que também interfere na precificação dos custos das distribuidoras aos postos. A entidade também apontou uma alta carga tributária.
“Conforme realidade dos últimos dias, mesmo antes de a Petrobras implementar os reajustes da gasolina e do óleo diesel, os custos dos combustíveis no país vinham aumentando devido à entrada de produtos importados que se refletiam nos preços de bomba”, afirmou a Fecombustíveis.
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Ao fim do posicionamento, a Fecombustíveis disse ainda que não interfere no mercado, não sugere preços, margens ou outras variáveis comerciais na composição dos preços de combustíveis.
(Por Marta Nogueira)