Em busca de parcerias na China, CEO da BlackBerry se reúne com Lenovo e Xiaomi

As fortalezas da BlackBerry estão sendo demandadas na China, e é possível que existam oportunidades para fechar acordos de licenciamento, distribuição ou fabricação de tecnologia.

Bloomberg

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SÃO PAULO – O CEO da BlackBerry, John Chen, disse que está interessado em formar parcerias para se expandir na China, o maior mercado de smartphones do mundo, após se reunir com os líderes da Xiaomi e da Lenovo Group.

As fortalezas da BlackBerry — segurança, codificação e privacidade — estão sendo demandadas na China, e é possível que existam oportunidades para fechar acordos de licenciamento, distribuição ou fabricação de tecnologia, disse Chen hoje em entrevista, em Pequim, onde ele participou da Cúpula de CEOs da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec).

Durante a cúpula, Chen disse que se reuniu com o CEO da Xiaomi, Lei Jun, e com o diretor da Lenovo, Yang Yuanqing. Essas reuniões com os dois maiores vendedores de smartphones da China ocorreram num momento em que a BlackBerry está tentando voltar a crescer depois que o declínio nos envios de smartphones levou a empresa a registrar perdas líquidas em cada um dos últimos três anos.

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“Parece que um modo mais eficiente de estar aqui é ter um bom parceiro”, disse Chen na entrevista. “Dessa vez, estou aqui para ver as possíveis oportunidades. Não estamos muito concentrados neste mercado. Ele é enorme, mas também é muito competitivo”. Chen disse que também se reuniu com Cher Wang, presidente da HTC, com sede em Taoyuan, Taiwan.

Chen assumiu a direção há um ano para liderar uma recuperação depois que as remessas dos smartphones da BlackBerry despencaram nos últimos quatro anos. A empresa está tendo dificuldades para concorrer com os aparelhos com tela de toque produzidos pela Apple e pela Samsung Electronics Natural de Hong Kong, Chen terceirizou parte da produção, vendeu propriedades e se concentrou nos clientes corporativos ao recuperar os smartphones com os tradicionais teclados físicos e oferecer mais serviços baseados em software.

As mudanças ajudaram a orientar a empresa com sede em Waterloo, Ontário, para equilibrar o fluxo de caixa até o final deste ano fiscal e para voltar a ter lucros no ano que vem, reiterou hoje Chen.

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Em 2013, foram enviados 19,2 milhões de smartphones com o sistema operacional da BlackBerry, em comparação com 51,1 milhões de unidades em 2011, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Em setembro, a empresa lançou o novo smartphone Passport, com tela quadrada, que vendeu 200.000 unidades na estreia. O dispositivo foi projetado para usuários empresariais que escrevem e-mails, analisam planilhas e leem documentos no celular.

Chen disse que já está trabalhando em um novo conceito para dispositivos que serão lançados no ano que vem, inclusive um que estreará no Mobile World Congress em março. Outra versão do Passport também está sendo desenvolvida, disse ele.

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A empresa obteve 16% das suas vendas na região Ásia-Pacífico durante o ano fiscal finalizado em março, frente a 19% nos EUA, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Esta é a primeira viagem de Chen à China como CEO. Agora que a empresa está recuperando uma base financeira mais firme, Chen disse que o mercado da China é uma área onde ele buscará crescimento. Entre os mais de 40 milhões de usuários da BlackBerry no mundo inteiro, Chen estima que apenas algumas centenas de milhares de unidades tenham sido vendidas na China.

Chen não quis dar detalhes sobre os assuntos das suas conversas com a Lenovo e a Xiaomi, e representantes das duas empresas como sede em Pequim não responderam imediatamente a pedidos de comentários enviados por e-mail. Ele advertiu que é “cedo demais” para andar procurando resultados das reuniões na China.

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“Estou tentando descobrir qual é a abordagem certa para o mercado, levando em conta o que sabemos fazer bem e sem fechar nenhuma porta”, disse Chen. “Não é fácil fechar acordos rapidamente neste mercado. Vai demorar um pouco, mas estou interessado”.