É inevitável que Apple e Google virem grandes bancos (e destruam os outros)

Empresas cada vez mais realizam atividades bancárias, mesmo não sendo bancos

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SÃO PAULO – O futuro das maiores empresas de tecnologia, na verdade, pode ser o ramo bancário, acredita David Weidner do Wall Street Journal. Ele lembra que a Apple – uma empresa que originou fabricando computadores – já pulou diversas vezes de segmento. Uma das vezes foi o produto que a tornou a gigante que é hoje.

Por volta de 2004, uma reunião dos principais executivos da Apple, Steve Jobs incluso, originou o que viria ser a iPhone. Todos reclamavam de quão pouco funcionais eram seus celulares, o que fez com que Jobs tivesse a ideia de fazer um celular inteligente.

Aquela conversa de 2004 fez um dano gigantesco na indústria de celulares na época, fazendo gigantes perderem mercado. Dominantes na época, BlackBerry e Nokia nunca se recuperaram do abalo – enquanto a Motorola demorou bastante para voltar a ter produtos que figurassem entre os mais vendidos. 

Para Weidner, é apenas questão de tempo até a Apple – ou o Google – montarem seu próprio banco. Eles não estão longe de algo parecido, com o Apple Pay e o Google Wallet: já começam a realizar algumas das funções que algumas instituições financeiras fazem. Já administram parte do dinheiro dos usuários, já possuem seus dados. Para alguns advogados americanos, a Apple já deveria ser considerada uma empresa financeira sujeita à regulação. 

Vale do Silício quer revitalizar os bancos
No Vale do Silício, não são poucas as tentativas de entrar no varejo bancário – como o Google com o Google Wallet, o PayPal e a Square. Esses sistemas procuram resolver problemas comuns no varejo bancário, mas nenhuma chegou tão perto da Simple Bank – um banco virtual de verdade, lançado por desenvolvedores de aplicativos e que era capaz de tudo, menos de segurar o dinheiro físico de seus clientes, que ficavam em outra insitituição.

Outras empresas, como a Prosper Marketplace e Lending Club também tentam oferecer pequenos empréstimos nos EUA que os grandes bancos não estão interessados. Também fazem empréstimos tradicionais – só que com dinheiro de investidores interessados em fazer esse tipo de empréstimo. Mais uma função bancária que o Vale do Silício está assumindo. 

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A tecnologia funciona para desestabilizar todos os serviços – pense no que o Uber está fazendo com os taxistas, e como isso pode mudar a ideia de transporte individual definitivamente, ou na revolução do varejo online. Não deve demorar muito para que o bilionário mercado bancário esteja na mira das grandes empresas de tecnologia.