Dia das Mães: 60% dos brasileiros vão comprar presentes, que estão mais caros em 2023

De joias a hospedagem: é preciso gastar mais para presentear as mães de um ano a outro; veja elevações de preços

Giovanna Sutto

Mãe e filha (Foto: EKATERINA BOLOVTSOVA no Pexels)

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O Dia das Mães é comemorado neste domingo (14) e, para quem não se programou com antecedência, o fim de semana promete ser agitado com a busca pelo presente de última hora. Além da correria será preciso preparar o bolso: os produtos e serviços estão, em média, 7,2% mais caros em 2023 na comparação com o ano passado, segundo estudo da XP baseado em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Neste ano, a expectativa é que cerca de 128,7 milhões (60%) de brasileiros comprem algum presente em alusão à data e movimentem algo em torno de R$ 33,2 bilhões no comércio e nos serviços, segundo estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Pela praticidade, o comércio digital pode ajudar quem procura presentes de última hora. Muitas varejistas já fazem entregas de um dia para o outro ou mesmo no mesmo dia garantindo a chegada do produto escolhido. Promoções e fretes grátis são outros atrativos.

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Garimpar as promoções é a estratégia mais eficaz para minimizar a elevação dos  preços. Os números mostram que se uma família optar por comer fora de casa no domingo, por exemplo, o custo da refeição será 8% maior do que a realizada no ano passado.

Apesar disso, pesquisa do Mercado Pago feita com mais de 30 mil usuários mostra que os consumidores pretendem gastar mais neste ano do que em 2022: 47% deles disseram que o valor do presente será maior e 40% afirmaram que vão gastar o mesmo que em 2022.

“Dos participantes da pesquisa, 29% pretendem gastar entre R$100 e R$200, enquanto 24% afirmaram que devem investir acima de R$300”, conta Ignácio Estivariz, head de Banco Digital do Mercado Pago.

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Veja a variação das categorias de produtos e serviços de 2022 para 2023, segundo dados da XP:

Ainda segundo o estudo, se o recorte for ampliado para desde o começo da Covid-19, a média dos preços chegam a 26,9%. Ou seja, a cada ano é preciso gastar mais para presentear as mães.

Por que os preços subiram?

Segundo Alexandre Maluf, economista da XP, a alta nos preços das refeições oferecidas em bares e restaurantes é explicada, entre outras causas, pela elevação no valor dos alimentos.

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“Tivemos elevação no preço dos alimentos em 2021 e 2022 por conta do problema da escassez de chuvas, que refletiu nas contas de luz no comércio. Com a reabertura da economia, após o arrefecimento da pandemia, o setor de serviços experimentou uma recuperação forte e isso acabou gerando um efeito de recomposição de salários que pressionou também o custo dos restaurantes. Tudo isso acaba sendo repassado ao consumidor”, explica.

Sobre o vestuário, a alta pode estar atrelada ao preço do algodão, matéria-prima utilizada na confecção das peças. Em 2022, foi registrado o maior patamar histórico do preço da commodity agrícola, por conta de quebras de safra, segundo o economista.

Maluf explica ainda que a alta no preço de maquiagens e perfumes tem relação com a indústria petroquímica “que foi afetada pelo aumento de preços do petróleo e gás natural [energia geral], devido à escassez dos insumos ocasionada com a guerra entre Ucrânia e Rússia”.

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Já nos segmentos de hospedagens e pacotes turísticos, a carestia ainda presente reflete os impactos da Covid-19, que afetou toda a cadeia do turismo. “Agora, as empresas do setor querem recompor suas grandes perdas ao mesmo tempo em que a população também está mais ávida a viajar. Tivemos também efeitos da passagem aérea, que subiu, também devido ao aumento no valor dos combustíveis da aviação”, completa Maluf.

Na contramão da maioria, alguns produtos apresentaram queda de preço. No acumulado de 12 meses, TV, som, itens de informática (-10,8%) e celulares (-3,0%), por exemplo, tiveram baixas. Maluf lembra  que o setor de eletroeletrônicos passa por uma recuperação, com a cadeia de suprimento de chips ensaiando um primeiro retorno à normalidade.

“Com a alta dos juros, as famílias acabam por consumir menos esses produtos por conta da restrição ao crédito e renda (efeitos da política monetária)”, destaca o especialista da XP.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.