Depois de conquistar turismo doméstico, classe C quer viajar para o exterior

Dados do Data Popular mostram que 52% dos emergentes estão planejando uma viagem internacional

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Os emergentes devem ser os principais responsáveis pelo aumento de 16% nas viagens domésticas esperado para este ano pelo Ministério do Turismo. Para a classe C, viajar pelo Brasil já não é mais novidade. Tanto é que 52% da nova classe média brasileira almeja voos mais altos, para o exterior.

Estudo do instituto Data Popular, especializado em classes emergentes, mostra que o acesso ao crédito e o aumento da renda possibilitaram a esses brasileiros colocarem a viagem internacional na cesta de turismo. “Com a quebra da barreira da viagem aérea, o emergente planeja conhecer novos países”, afirmou o instituto no estudo.

Entre os brasileiros das classes A e B, 37% estão planejando fazer alguma viagem para o exterior. Esse planejamento também atinge a baixa renda, pois 11% daqueles que pertencem às classes D e E têm o mesmo projeto.

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Considerando os brasileiros de todas as faixas de renda, cerca de 5,6 milhões de pessoas com idade acima de 16 anos devem viajar para o exterior somente neste ano.

Barreiras
Se a viagem aérea é uma barreira que foi quebrada, a cultural ainda pode impedir a viagem dos emergentes para outros países. O estudo mostra que o “abismo cultural” é quebrado através das agências de viagens que fornecem meios para facilitar a viagem dos emergentes, principalmente com guias turísticos em tempo integral. Com eles, “o emergente se arrisca mais”.

Ainda que tenham essa facilidade disponível, os turistas da classe C temem ser enganados. Por isso, eles buscam meios para aprender novas línguas. “Mas este processo ainda está aquém de suprir de imediato esta nova carência”, afirmou o instituto.

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Segundo a pesquisa, o não entendimento de línguas estrangeiras é uma barreira para a classe C se sentir confortável em viagens internacionais. Somente 29% desse segmento da população entende inglês e apenas 14% espanhol.

Despesas crescem
Os emergentes já representam 34% dos consumidores de viagens e em 2010 movimentaram R$ 13 bilhões. Entre 2002 e 2010, as despesas com viagens da classe C cresceram 242% – percentual bem acima da média dos gastos dos brasileiros de todas as faixas de renda entre 2002 e 2010, que ficou em 82%. Ao todo, os brasileiros gastaram R$ 38,2 bilhões no ano passado com viagens. Em 2002, o valor somava R$ 20,9 bilhões.