Defasagem diminui, mas ainda é de R$ 0,70 no diesel e de R$ 0,18 na gasolina

Associação de importadores de combustíveis diz que defasagem média é de 12% para o diesel (depois de ter chegado a 16% na sexta) e de 5% para a gasolina

Equipe InfoMoney

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A defasagem entre os preços da gasolina e do diesel no Brasil e no mercado internacional já dura dez dias, puxada pela falta de reajustes da Petrobras (PETR3;PETR4) nas refinarias, mas a diferença em relação a cotação no exterior vem sendo amenizada pela queda no preço do petróleo e os leilões do Banco Central, que estão ajudando a reduzir a valorização global do dólar.

O preço da gasolina está há 47 dias sem sem ser alterado pela Petrobras, e a defasagem média está em 5% nesta quarta-feira (19), segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Por isso, o reajuste médio deveria ser de R$ 0,18 por litro para voltar à paridade. A Abicom diz que as maiores diferenças de preços são observadas nos portos de Aratu, na Bahia, e Araucária, no Paraná, onde a diferença chega a 11%.

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Já o diesel continua com uma defasagem maior, de 12% em média, depois de ter atingido um pico de 16% na sexta-feira (14). Para voltar à paridade, o aumento médio deveria ser de R$ 0,70 por litro nas refinarias, segundo a associação, que não vê condições de a importação concorrer com os preços praticados pela Petrobras.

Defasagem do diesel

O preço do diesel tem sofrido com uma maior pressão pela chegada do inverno no hemisfério norte e a corrida da Europa para fazer estoques, ao mesmo tempo em que se aproxima a data de proibição de importações do combustível da Rússia.

Ele também é um combustível mais importado pelo Brasil do que a gasolina, porque tem um déficit de cerca de 25% para o pleno abastecimento do mercado interno (contra 3% da gasolina).

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Com exceção do mercado baiano — onde o diesel tem defasagem de apenas 1% —, o preço do combustível está abaixo do negociado no Golfo do México em todos os portos que servem de referência para os importadores. A defasagem é de 14% em Itacoatiara e, em Itaqui, Suape, Paulínia e Araucária, de 15%. Nesses locais, o aumento de preços deveria ser de R$ 0,89 por litro para voltar à paridade.

A refinaria de Acelen, na Bahia, é a única de grande porte privada e responsável por 14% do refino no Brasil. Ela fez o terceiro aumento no diesel em outubro no sábado (15) com uma alta de até 8,9% no preço do combustível, dependendo do mercado atendido.

Pressão do governo

Mas a Petrobras tem sofrido pressão do governo federal para manter o preço dos combustíveis congelados até o segundo turno, para não prejudicar o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), em sua disputa contra o ex-presidente Lula (PT).

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Na sexta-feira (15), o diretor de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, admitiu que a companhia reduziu os preços dos combustíveis em velocidade maior do que a considerada agora para aumentos, e disse que isso ocorre “em benefício da sociedade brasileira”.

A estatal mantém o discurso de que “segue monitorando continuamente o mercado e os movimentos nas cotações de mercado do petróleo e dos derivados, que atualmente experimentam alta volatilidade”. A empresa diz que o objetivo é não repassar a variação de preços no mercado externo para o interno.

(Com Estadão Conteúdo)