Custo de vida em São Paulo sobe mais para famílias com maior poder aquisitivo

ICV apurado pelo Dieese em fevereiro revela inflação de 0,37% para segmento de pessoas com maior renda mensal

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SÃO PAULO – As famílias de maior poder aquisitivo, com renda média mensal de R$ 2.792,90, foram as mais prejudicadas pelo aumento de 0,32% do Índice de Custo de Vida (ICV) no município de São Paulo em fevereiro.

Divulgada nesta segunda-feira (7), a pesquisa mensal realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) revela que o indicador subiu acima da média para as pessoas mais ricas, inseridas no estrato 3, atingindo taxa de expansão da ordem de 0,37%.

Embora este incremento seja o mais intenso observado pelo Dieese, o aumento do custo de vida é bem mais brando que o de janeiro, quando alcançou 1,12%.

Inflação é menor para quem tem renda baixa

Em contrapartida, o custo de vida na capital paulista subiu menos para as famílias com menor poder aquisitivo. O ICV apurado especificamente para o estrato 1, representado por 1/3 das famílias mais pobres, com ganhos médios de até R$ 377,49, registrou alta de apenas 0,21% em fevereiro. Esta taxa é 0,34 ponto percentual inferior à verificada em janeiro.

Já em relação ao estrato 2, segmento que contempla as famílias com nível intermediário de rendimento (média de R$ 934,17), a inflação medida pelo ICV chegou a 0,30%, nível também abaixo (-0,37 p.p.) do registrado no mês anterior.

De acordo com o Dieese, o aumento de preços ocorre de maneira diferenciada entre cada um dos estratos, porque os gastos familiares variam segundo o nível de renda das pessoas. Desta forma, a inflação apurada em fevereiro foi mais intensa para as pessoas de maior poder aquisitivo, porque os itens que registraram maior elevação de preço no período são consumidos com mais freqüência por quem ganha mais, como transporte individual (0,83%), alimentação fora de domicílio (0,58%) e assistência média (0,99%).