Copa do Mundo tem efeito inusitado nos Brasileiros: quitamos mais dívidas

Centros de cobrança registraram taxas de conversão maiores que a média em todas as partidas que o Brasil venceu até agora

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Um levantamento com brasileiros realizado nesta Copa do Mundo descobriu um fato inusitado: inadimplentes têm maior tendência a quitar dívidas após vitórias da Seleção brasileira. 

A pesquisa foi feita pela Deep Center, empresa especializada em Big Data Analytics para o setor. Eles descobriram que a taxa de conversão de acordos de dívidas registrou índices acima da média nos jogos contra a Costa Rica, Sérvia e México. 

No primeiro destes jogos, cujo placar foi de 2×0 para o Brasil, a taxa de conversão foi de 2% – acima da média, que é de 1,8%. Já o jogo que confirmou a classificação para as oitavas de final (mesmo placar em cima da Sérvia), o indicador registrou alta de um ponto percentual em relação a taxa média, para 2,8%.

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O desempenho mais fora da curva, porém, foi quando a Seleção venceu o México nesta segunda-feira (2) e passou para as quartas. No dia, a taxa de conversão foi de 5%.

Conforme explicou a empresa, taxa de conversão é o indicador que mede quando a pessoa que possui alguma dívida aceita determinada proposta de acordo ou se compromete a realizar um pagamento a partir do contato feito pela assessoria de cobrança. 

O indicador que mede as chamadas atendidas sobre a quantidade de tentativas, conhecido no jargão do setor como hit rate, também mostrou aumento quando comparado com a média nos dias que o Brasil entrou em campo. Nos três últimos jogos da seleção brasileira na Copa, contra Costa Rica, Sérvia e México, o indicador registrou taxa de 21%, 20% e 19%, respectivamente. A taxa média do hit rate é de 16,4%.

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De acordo com Gabriel Camargo, CEO e sócio-fundador da Deep Center, alguns motivos ajudam a explicar o porquê de isso acontecer. “Quando o Brasil joga, o contato com a pessoa que possui alguma dívida se torna mais fácil em razão da maior disponibilidade do horário de trabalho ou pelo fato de estar em casa, acessível também pelo telefone fixo”, afirma.

O executivo destaca que a conversão foi melhor mesmo com menos pessoas trabalhando em razão do expediente reduzido. “Percebemos que no contato ativo os devedores estão mais receptivos e relaxados, diferentemente do que imaginávamos”, complementa.

Em junho, a Serasa Experian divulgou que, no mês anterior, o número de consumidores inadimplentes no país era de 61,4 milhões, o maior desde o início da série, realizado em 2016. Na comparação com maio de 2017 (61,0 milhões), o índice teve aumento de 0,7%.

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O montante alcançado pelas dívidas em maio deste ano foi de R$ 273,7 bilhões, com média de quatro dívidas por CPF, totalizando R$ 4.458 por pessoa.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney