Contas do começo do ano: como preparar o bolso?

IPTU, IPVA, matrícula e material escolar são algumas das despesas típicas de começo de ano   

Weruska Goeking

Ilustração sobre dívidas

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SÃO PAULO – Terminar o ano bem, financeiramente falando, já é meio caminho andado para iniciar o ano bem, até porque, logo nos primeiros meses, há gastos relevantes com matrícula e material escolar, algumas parcelas das compras de fim de ano e aquelas fixas, como IPTU e IPVA.

Se são despesas fixas, quer dizer que podemos programá-las, colocando-as sempre no orçamento financeiro desses meses com antecedência, evitando, assim, que se seja pego de surpresa em relação às finanças já no início do ano.

Isso é educação financeira, ou seja, mudar o comportamento/hábitos, fazendo um planejamento, já prevendo as despesas de cada período do ano, podendo, dessa forma, guardar dinheiro antes para pagar à vista e com desconto.

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Está um pouco em cima da hora para quem não se planejou, no entanto, nunca é tarde para aprender. Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira e presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), dá dicas para lidar com essas despesas. Veja:

IPVA e IPTU – consiga descontos

Sobre o IPTU e o IPVA, para saber se a melhor opção é pagar à vista ou a prazo, é preciso descobrir em que situação financeira se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor.

Se for a primeira ou segunda opção, já se sabe que não conseguirá realizar o pagamento inteiro de uma vez, sobrando o caminho do parcelamento. Lembrando que se deve evitar ao máximo recorrer a empréstimos, limites do cheque especial ou qualquer outra maneira de crédito do mercado financeiro, pois, devido aos juros, a dívida se tornaria ainda maior.

Caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor, a recomendação de Reinaldo Domingos é que o pagamento seja feito à vista, obtendo descontos.

Material escolar – reaproveite itens

Começo de ano é um período de gastos pesados para todo mundo, especialmente para quem tem filhos. Além da matrícula e da mensalidade, tem que trocar o material escolar, comprar uniforme novo, renovar o transporte escolar e até pagar por eventuais passeios.

Em algumas dessas despesas, não depende muito dos pais para conseguir economizar, mas é possível sim gastar bem menos no quesito material escolar. É normal que as crianças tenham seus gostos e preferências e até queiram certos produtos e marcas. Entretanto, dá para conciliar isso tudo, sem ter que gastar mais do que pode, comprometendo o orçamento financeiro de toda a família.

Como? Reutilizando, reciclando, pesquisando preço, comprando em conjunto e pechinchando. Muitas vezes, tem um irmão mais velho que possui o livro/apostila em bom estado, que pode passar para o mais novo, ou então, basta reciclar alguns itens para poderem ser usados por mais um bom período.

Outra dica é falar com outros pais para comprarem juntos. Em grande quantidade costuma-se conseguir ótimos descontos. E, claro, a dica mais conhecida de todas: pesquisar. A internet é uma grande aliada nessa busca, mas é preciso ficar atento, pois o barato pode sair caro.

Mas de nada adianta tudo isso se não souber antes qual é a real situação financeira da família, para poder entender, analisar e conseguir destinar o valor certo para essa finalidade. Gastar com consciência – o tal consumo sustentável – é o maior aliado para manter as finanças no verde, respeitando o padrão de vida. Feito isso, você saberá se está endividado, equilibrado ou investidor, e então, poderá decidir o limite para gastar com o material.

Muitos especialistas dizem que não é uma boa ideia levar as crianças junto nesse momento. É claro que, muitas vezes, na presença delas, acaba-se gastando mais. No entanto, esse é um ótimo momento para educá-las financeiramente. Chame-as para uma conversa muito franca, explique a situação. Elas compreendem muito mais do que imaginamos.

“Se achar que elas ainda não estão preparadas, dessa vez, compre sem elas, mas não esqueça de ensiná-las alguns princípios da educação financeira, para que esse cenário mude no próximo ano”, afirma o especialista.