Publicidade
SÃO PAULO – Pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostrou que, no Brasil, a diferença no valor da tarifa de energia elétrica residencial chega a 76,23%. Enquanto a menor cobrança, efetuada pela Eletropaulo, chega a R$ 0,24606 KW/h, na Enersul, o valor atinge R$ 0,43364 KW/h.
De acordo com o estudo “As tarifas de energia elétrica no Brasil: sistemática de correção e evolução dos valores”, o exemplo deixa claro como a definição tarifária está completamente dissociada da realidade econômica e social das regiões.
“As vantagens observadas na área de concessão da Eletropaulo (mercado amplo e concentrado) não são divididas com os consumidores da área de concessão da Enersul, onde o mercado é menor e mais disperso, dentre outras diferenças”.
Planejamento financeiro
Baixe gratuitamente!
Tarifas
Nos últimos dez anos, a tarifa média total de energia elétrica, no Brasil, aumentou 205,29%. O valor médio do MW/h passou de R$ 82,16, em 1997, para R$ 250,83, em 2006. Na classe industrial, o avanço foi de 280,30%, para R$ 207,68 em 2006. Já na residencial, a alta correspondeu a 146,17%, para R$ 294,91. Veja abaixo o valor das tarifas residenciais mais caras válidas até 2008:
| Concessionária | Área de atuação | Tarifa residencial (R$/KWh) |
| Enersul | Mato Grosso do Sul | 0,43364 |
| Cemig | Minas Gerais | 0,43315 |
| Celtins | Tocantins | 0,42854 |
| Cataguazes Leopoldina | parte de Minas Gerais | 0,41928 |
| Cemar (Interligado) | Maranhão | 0,7708 |
Fonte: Dieese
Análise regional
O modelo de correção tarifária, que leva em consideração influências locais, como densidade de consumidores, tamanho da malha de distribuição, entre outros fatores, acaba por gerar um comportamento desigual nas regiões. Desde 1997, Norte e Nordeste apresentaram as maiores variações na tarifa média total, de 273,21% e 232,32%, respectivamente.
Continua depois da publicidade
Na região Sudeste, o aumento na tarifa média total alcançou 214,52% e na região Centro-Oeste, 165,73%. O menor aumento médio total deu-se na região Sul, com 157,28%.
O indexador usado para realizar os reajustes pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é o IGP-M da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o qual, segundo o Dieese, teve o maior aumento no período de 1997 a 2006, de 9,91%, superando o ICV-Dieese (6,95%), INPC-IBGE (6,85%) e o IPCA-IBGE (6,73%).