Consumo no Brasil recua na quarentena; gastos com produtos de higiene chegaram a cair 34%

Por outro lado, linguiça e embutidos cresceram 15%na comparação com a primeira semana

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Com boa parte da população em casa seguindo as ordens de isolamento social dadas pelas autoridades da Saúde e pelo governo, os hábitos de consumo mudaram e, no Brasil, houve retração durante o mês de março, segundo dados de um estudo da consultoria Kantar, que mostra os impactos da pandemia no Brasil e no mundo.

Na comparação entre a semana do dia 9, na pré-quarentena, e a do dia 23, a última do mês, houve redução de 8% no gasto total dos consumidores, 5% na frequência de viagens aos pontos de venda e 9% na quantidade de itens comprados. O mesmo cenário foi registrado na China, onde a recuperação só se deu seis semanas após o início da quarentena, segundo informações do estudo.  

O abastecimento inicial dos lares na semana de 16 de março foi principalmente com categorias básicas e não perecíveis: gastos com papel higiênico, por exemplo, aumentaram 47% em relação à semana anterior.

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Em seguida vieram sabonete, com 41%, detergente (40%) e água sanitária e alvejantes (38%). Alimentos, como leite, açúcar, derivados de tomate, iogurte e massa, também se destacaram.  

Já na semana de 23 de março, as categorias que mais cresceram na comparação com a semana do dia 9 foram:

Produto  Aumento 
linguiças e embutidos +15%
água sanitária e alvejantes +8%
água mineral +8%
frangos +7%
leite +6%
acessórios de limpeza +6%
alimentos para pets +5%
iogurte +2%
pão industrializado +2%

Em compensação, a cesta que sofreu maior impacto foi a de higiene. Os gastos com absorventes e desodorantes caíram 34%, creme dental 30% e produtos pós xampu 28%.

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A retração também foi notada nos produtos indulgentes. Entre eles, salgadinhos (-23%), sucos (-19%), refrigerantes (-13%) e achocolatados (-11%).

“Na pós-estocagem foram priorizados os produtos para limpeza da casa e os não perecíveis. Já entre os formatos, o varejo tradicional permaneceu importante, enquanto farmácias e hipermercados perderam espaço entre os consumidores brasileiros”, explica David Fiss, Diretor de Client Service & New Business da Kantar.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.