Conheça as máscaras mais eficientes contra o novo coronavírus

Veja as diferenças entre as máscaras caseiras e profissionais e quais modelos oferecem mais proteção contra a doença

Equipe InfoMoney

(bohemama/GettyImages)

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SÃO PAULO – Já faz parte do novo normal de se vestir: a máscara facial é item obrigatório enquanto durar a pandemia e uma vacina não estiver à disposição.

A máscara serve como uma barreira às partículas que são despejadas por pessoas contaminadas ao falar, tossir ou espirrar e que ficam suspensas no ar por algum tempo, especialmente em ambiente fechados e sem ventilação. E evita que as pessoas toquem a boca e o nariz com mãos que podem estar contaminadas.

No Estado de São Paulo, o uso é obrigatório em espaços públicos e ambientes fechados desde o dia 07 de maio, segundo decreto do governo. E, desde o dia 1º de julho, quem estiver sem máscara pode levar multa de R$ 524,59; para o estabelecimento que descumprir a determinação o valor é maior, de R$ 5.025,02, multiplicado pelo número de pessoas sem máscara no seu interior.

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Nas últimas semanas, países e regiões que resistiam a tornar o uso dela obrigatório acabaram cedendo às evidências científicas.

Na França, desde o último dia 20, quem não usar máscaras em ambientes públicos fechados, como supermercados e bancos, leva uma multa de 135 euros (cerca de R$ 800). No condado de Miami-Dade (no estado da Flórida), onde fica a cidade de Miami, a multa por não usar máscara ao ar livre chega a US$ 500 (mais de R$ 2.500) ou pode levar a 180 dias de cadeia, com poucas exceções.

Tanto a França como os Estados Unidos (ou a Flórida) haviam conseguido superar a primeira onda da pandemia e reduzir o número de casos sem impor a máscara, mas com o lockdown, a medida mais restritiva de circulação de pessoas.

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Desta vez, o uso se tornou obrigatório diante de evidências crescentes de sua eficácia quando utilizada de forma abrangente pela população.

Um exemplo é um estudo preliminar com dados da pandemia em 194 países, conduzido por seis pesquisadores de instituições nos Estados Unidos, Canadá e Polônia, publicado em junho e revisado no início deste mês.

Países que não recomendaram o seu uso pela população tiveram um aumento semanal médio de 55% no número de mortes per capita a partir do primeiro caso, comparado a uma alta de 7% nos locais em que a máscara é adotada, seja por meio de imposição dos governos ou por incorporação pela cultura local.

Se no início da pandemia havia certa dificuldade em encontrar máscaras para comprar, agora há uma variedade de modelos, que podem ser encontrados em supermercados, farmácias, lojas de roupa e até em bancas de rua.

Mas, afinal, quais modelos são mais seguros para barrar o novo coronavírus e quais são os mais recomendados pelos médicos para cada situação?

As diretrizes de entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC), que é o órgão federal americano à frente do combate à pandemia nos Estados Unidos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) convergem para as mesmas recomendações, que o InfoMoney resume abaixo:

1) Máscaras profissionais ou respiradores N95 (PFF2) ou N99

São as máscaras mais seguras e eficazes como barreira às partículas que podem transmitir o vírus Sars-CoV-2, conhecido como novo coronavírus. Vedam completamente boca e nariz e possuem fibras emaranhadas que filtram até 95% ou 99% (daí o nome) das partículas que podem ficar suspensas no ar.

Elas são reservadas aos médicos e demais profissionais da área da saúde. “Não há indicação para uso da máscara cirúrgica fora dos hospitais”, diz Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Idealmente, deve ser utilizada apenas uma vez se houver contato com pessoas contaminadas ou quando começar a perder a forma ou a vedação. O custo parte de R$ 20 a unidade, mas pode variar dependendo da quantidade (o valor unitário cai em pacotes).

Máscara n95, muito usada na pandemia do novo coronavírus
(JoeCicak/GettyImages)

2) Máscaras cirúrgicas descartáveis

Feitas com materiais como TNT (em geral sintéticos), oferecem proteção inferior à das máscaras profissionais N95 ou N99. São recomendadas para uso médico, mas não de forma prioritária, e também para pacientes contaminados com Covid-19 ou com sintomas da gripe. Não conseguem vedar totalmente a boca e o nariz.

Devem ser utilizadas apenas uma vez e descartadas em seguida. São encontradas por cerca de R$ 1 por unidade, em caixas com dez ou 50 peças.

Máscara cirúrgica
(pinkomelet/GettyImages)

3) Máscaras caseiras ou de tecidos

São modelos recomendados ao público em geral sem sintomas da Covid-19 e possuem custo mais baixo. Além de proteger a própria pessoa que está usando, evita que ela possa expelir partículas para o ambiente sempre que falar, tossir ou espirrar.

São confeccionadas em geral em algodão ou tricoline, preferencialmente com duas camadas e uma intermediária no recheio (por exemplo, um filtro de papel usado para coar café, que teria de ser trocado a cada uso), para reforçar a sua eficiência. Podem ser reutilizadas várias vezes, desde que lavadas depois de cada uso diário.

O custo depende da loja. A unidade genérica custa perto de R$ 5, mas o valor pode chegar às dezenas de reais se tiver grife (a da Adidas custa R$ 60, por exemplo).

Existem também alguns modelos que possuem válvula de exalação, que facilita a retirada de ar quente de dentro da máscara. Essa válvula não influência no fator de proteção, somente no conforto do usuário. Nesse caso, os valores podem passar da casa dos R$ 100.

Máscara contra coronavírus de tecido, feita em casa, máscara caseira
(art Photo/GettyImages)

Recomendações gerais

Em comum, todos os tipos de máscaras levam as recomendações de cobrir nariz, boca e o queixo e estar bem ajustada ao rosto para evitar espaços nas laterais. No manuseio, deve-se sempre tocá-las pelas faixas laterais perto das orelhas (nunca pela parte da frente, para evitar que as mãos possam contaminá-la e vice-versa).

“É importante que a pessoa consiga respirar sem dificuldade com a máscara, para evitar que se exponha tendo que tirar várias vezes”, afirma Stucchi.

Outra recomendação é andar com uma máscara reserva, para que seja possível preciso trocar de máscara caso ela fique úmida – circunstância em que ela perde a eficiência.

A infectologista da Unicamp ressalta que a máscara é um elemento importante, mas não suficiente para evitar a contaminação. “O distanciamento social de outras pessoas e a higienização das mãos também são fundamentais, principalmente em ambientes fechados ou com aglomerações de pessoas”, afirma.