Compras em mercadinhos de bairro e pequenos varejos crescem em meio à pandemia, segundo Kantar

Milhões de brasileiros passaram a fazer compras em lojas de bairro, bares, mercearias e padarias para evitar aglomerações e economizar dinheiro na pandemia

Pablo Santana

(WAGNER SOUZA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

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SÃO PAULO – Influenciado pelas medidas restritivas impostas para conter o avanço da pandemia, o consumidor brasileiro passou a fazer compras em mercadinhos de bairro, pequenos varejos e varejos tradicionais (mercearias, bares e padarias) para evitar aglomeração, de acordo com o estudo Consumer Insights, da consultoria Kantar.

Mais de 2 milhões de lares passaram a comprar em pequenos comércios e pouco mais de 1,2 milhão em varejos tradicionais, no primeiro trimestre de 2020, em comparação com o último de 2019. O crescimento nas compras também foi verificado nos supermercados de bairro: pouco mais de 200 mil entrevistados direcionaram seu consumo para esses estabelecimentos.

Para 60% dos consumidores, a mudança aconteceu para evitar aglomerações; 59,6% recorreram às lojas de bairro e ao pequeno comércio para não ter grandes deslocamentos, e 53,5% para buscar preços mais acessíveis. Antes da pandemia, as compras se concentravam principalmente em atacarejos.

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O estudo revelou também que na comparação anual, o primeiro trimestre de 2020 registrou um crescimento de 7,7% no gasto médio em bens de consumo massivos (bens não duráveis, como alimentos, enlatados, produtos de higiene) e um aumento de preços de 4,8%. No período, o consumidor foi mais vezes aos pontos de venda – um aumento de 4,6% na frequência, enquanto a quantidade de unidades compradas por viagem diminuiu 1,7%.

Cestas

Com a mudança no hábito de consumo do brasileiro, os produtos mais adquiridos durante a pandemia também registraram mudanças.

No pré-isolamento, a Kantar identificou uma preferência por produtos de limpeza e alimentos, com uma característica peculiar ao momento já que o consumidor buscava fazer uma grande estocagem. Mas já no final do mês de abril, a cesta de alimentos e bebidas se destacou e o setor de higiene e beleza passou para segundo plano.

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Na semana de 4 de maio, em comparação com a de 9 de março, os brasileiros preferiram opções mais indulgentes dentro de casa. O consumo de produtos das categorias de doces e bebidas alcoólicas cresceu, com destaque para: leite condensado (61%), creme de leite (45%), cerveja (42%) e leite (39%). Na outra ponta, os itens que registraram queda de vendas foram: queijo, fraldas e frangos.

O fechamento de bares, restaurantes e lanchonetes impulsionou a compra de cervejas, que cresceu 9% durante os finais de semana no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Já o consumo de vinhos cresceu ainda mais: subiu 19% durante a semana e 6% aos sábados e domingos.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios