Carros: garantia longa é realmente um bom negócio?

Na hora de escolher um veículo, a garantia deve ser apenas um dos itens avaliados pelo comprador, custos e facilidade de manutenção também deve ser observados

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SÃO PAULO – O mercado automotivo foi tomado por carros importados, completos e com garantias cada vez mais longas. Além disso, muitos desses veículos apresentam preço de mercado menor que os nacionais com os mesmos opcionais.

Mas como tudo que é novo gera curiosidade e ao mesmo desconfiança, como saber se tais garantias podem ser tão eficientes quanto atrativas, uma vez que os financiamentos de 60 meses duram cinco anos, ou seja, o proprietário do veículo tem garantia até depois do final do contrato?

Comprar ou não?
De acordo com o engenheiro e diretor do Comitê de Manufatura e Qualidade do Congresso SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), Marcelo Martin, é necessário avaliar que tipo de garantia o carro possui. “O consumidor deve saber se a garantia vale somente para a carroceria, ferrugem ou parte mecânica”, aconselha.

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Apesar disso, Martin afirma que existe a possibilidades de os carros não serem de má qualidade, mas o consumidor deve ficar atento às políticas da montadora que ele escolheu. “Pode ser que o produto seja realmente bom ou o fabricante tenha uma política de troca contínua de autopeças ou até troca de veículos”, explica.

O professor do curso de pós-graduação de Gestão Automotiva do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Paulo Roberto Garbossa, também concorda que outros aspectos devem ser avaliados, além da garantia. “Se a garantia é muito grande, mas com revisão a cada cinco mil quilômetros, aumenta o tempo de permanência do carro dentro da [oficina] autorizada”.

Garbossa afirma que seis anos é a maior garantia do Brasil, porém, alerta que “trata-se também da mais cara, até mesmo se comparada com as praticadas no mercado, as de 10 mil quilômetros”, explica.

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Manutenção
Para Martin, se os carros não derem muitos problemas será uma opção para o consumidor, mas ao contrário, diretor comenta que “não existem oficinas autorizadas suficientes”.

Segundo Garbossa, essas montadoras ainda não sabem como os carros vão se comportar no trânsito brasileiro, por isso, “essa garantia deve ser para ver se os carros aguentam o dia a dia do trânsito brasileiro”, explica.

Seminovos
Essas montadoras estão brigando mais pela qualidade e o bom atendimento, mas, afirma o professor, “ainda é cedo para saber se esses carros terão um bom preço de revenda”, explicando que ainda é preciso esperar para ver como os veículos vão se comportar e se darão problemas. “Por enquanto vale a opinião de quem tem o veículo”.

Ainda de acordo com Martin, se esses carros mostrarem um bom desempenho, sem apresentar problemas rotineiros, as montadoras nacionais poderão rever o tempo de garantia praticado no Brasil.

Decisão
Segundo Garbossa, 75% das compras são decididas pelo emocial, por isso, mais que aparência, o consumidor precisa entender que “os importados podem ser até R$ 5 mil mais baratos e com opcionais que muitas vezes custam mais nas montadoras nacionais, mas é preciso avaliar se o carro importado tem autopeças fáceis de encontrar, se o seguro é barato, se o custo de manutenção é razoável e se o atendimento das oficinas é eficiente e de fácil acesso”.

Para finalizar, Garbossa aconselha que o consumidor “deve adquirir o produto que ele precisa, ou seja, se ele tem o dinheiro e não vai se apertar, ele deve comprar”.

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