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Cadastro positivo: “É melhor o Senado rejeitar o projeto”, diz diretor do Itaú Unibanco

Isso porque o texto altera o atual funcionamento do cadastro negativo, "inviabilizando o que já se mostrou útil"

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SÃO PAULO – De acordo com o diretor-executivo do Itaú Unibanco, Sérgio Werlang, o projeto que instaura o cadastro positivo é “ruim, bastante ruim”, e é “melhor que o Senado o rejeite”.

Segundo o executivo, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados vai “inviabilizar o que já se mostrou útil”, que é o cadastro negativo. Isso porque o texto determina que o consumidor seja avisado antes que terá o nome incluído na lista de inadimplentes, mas que haja registro de recebimento do documento.

Tal medida altera o atual funcionamento do cadastro negativo, pelo qual há envio de carta, mas sem necessidade de registro de recebimento. Werlang explica que o documento custa cinco vezes mais do que o preço de uma carta normal e, como há possibilidade de a pessoa não assinar logo de primeira, seria enviada uma segunda carta, o que eleva o custo em dez vezes.

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“Precisamos complementar o que já temos e não piorar. Será um passo para trás muito grande”, afirma.

Modelo que daria certo

O executivo revela que, em março de 2007, foi encomendada à Tendências Consultoria um levantamento sobre como seria a aplicação de um cadastro positivo no Brasil, de acordo com os moldes dos já existentes no exterior.

Assim, a conclusão é que teríamos 6,2% do PIB (Produto Interno Bruto) a mais de crédito, ao passo que reduziria em 1 ponto percentual ao ano o spread bancário, caso fossem seguidas as melhores práticas internacionais.

Porém, o Projeto de Lei que tramita no Senado “não vai oferecer isso”, diz Sérgio Werlang, que acredita que o cadastro positivo nos moldes da proposta não só é impossível como vai “destruir” o cadastro negativo.

Cadastro positivo é vantajoso

De qualquer forma, o diretor-executivo do Itaú Unibanco afirma que o Cadastro Positivo possui muitas vantagens, principalmente a diferenciação entre o mau pagador e o bom pagador.

“Isso é muito importante para o mercado de crédito”, diz, já que os bancos vão se sentir mais seguros e disponibilizar mais crédito a juros menores para os bons pagadores.