Publicidade
SÃO PAULO – O Brasil é o país onde menos se utiliza as mensagens de texto pelo celular. Apesar de 500 milhões de torpedos serem disparados todo mês pelos brasileiros, o número é considerado pequeno. Enquanto aqui cada pessoa manda em média 6 mensagens por mês, na Venezuela o número sobe para 140. A quantidade de SMS no Brasil representa ainda menos de 50% do total de mensagens enviadas em Portugal, onde existem apenas 12% dos mais de 99,9 milhões de celulares existentes no Brasil.
Para o diretor da consultoria Teleco, Eduardo Tude, o principal motivo do baixo fluxo é o custo das mensagens. “No Brasil as mensagens custam muito caro, cerca de R$ 0,36. Em alguns países, como a China, o valor é de US$ 0,01”.
O estudo mais recente da União Internacional das Telecomunicações (UIT) mostra que o Brasil é o 151º país em custo de SMS, entre os 186 analisados.
Planejamento financeiro
Baixe gratuitamente!
Custos
Atualmente, a Claro é a operadora com o custo mais baixo no Brasil: R$ 0,30/mensagem. A operadora, que cobrava R$ 0,36 há alguns meses, decidiu reduzir o valor em 20%, após perceber que o preço era o principal motivo para a baixa quantidade de SMS enviada. Mas o valor continua alto, mesmo se comparado a outros países da América do Sul. No Peru, uma mensagem sai por R$ 0,08, e na Colômbia, R$ 0,12.
Veja na tabela os valores cobrados por SMS no Brasil pelas operadoras:
| Operadora | R$ |
| TIM | R$ 0,36 |
| Oi | R$ 0,35 |
| BrTGSM | R$ 0,34 |
| Claro | R$ 0,30 |
A Vivo não divulgou os custos
Continua depois da publicidade
Para Tude, esse custo elevado acontece por dois motivos. “Quando as operadoras inciaram esse serviço cobravam valores altos pela estrutura do mercado, mas com o passar do tempo, elas não mostraram interesse em baixar os preços. A meu ver, o segundo motivo é que elas ainda não perceberam que, se baixarem o valor, conseguirão vender muito mais mensagens e conseqüentemente, aumentarão a receita”.
As operadoras faturam perto de R$ 2,4 bilhões por ano com o envio de torpedos. Segundo Eduardo Tude, esse valor representa, em média, 8% da renda bruta das empresas.
Consumidores pré-pagos
Para Eduardo Tude, se as operadoras decidissem baratear os preços, conseguiriam conquistar o público do celulares pré-pagos, que são a grande maioria dos clientes no Brasil (veja tabela abaixo).
“Os clientes pré-pagos costumam usar os celulares apenas para receber chamadas, e quando precisam ligar para algum lugar procuram um orelhão. Eu tenho certeza que, se as operadoras oferecessem este serviço a R$ 0,01, como acontece em alguns países, conseguiriam conquistar esses consumidores e o volume de vendas aumentaria consideravelmente”, explica.
Confira na tabela abaixo o percentual de celulares pré-pagos em relação ao total de celulares de cada operadora:
| Operadora | 4º trimestre 2006 |
| TIM | 78,7% |
| Oi | 82,0% |
| BrTGSM | 70,6% |
| Claro | 83,0% |
| Vivo | 81,0% |