Bom e barato: sebos são alternativa para quem procura livros

Diferença de preços vale a pena. Algumas lojas apostam na comodidade e aderem ao comércio virtual

Ana Paula Ribeiro

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SÃO PAULO – O hábito da leitura ainda está longe de fazer parte da realidade da maioria dos brasileiros. Essa falta de interesse faz com que o Brasil exiba um número vergonhoso: o de índice de 1,8 livro vendido por pessoa ao ano. Além de questões subjetivas, como o estímulo da escola e da família à leitura desde os primeiros anos de alfabetização, muitos alegam que deixam de ler porque não podem comprar um livro devido ao seu preço elevado.

No entanto, para um dos coordenadores do Plano Nacional do Livro, Jeferson Assumção, isso ocorre justamente por causa do pouco interesse à leitura que existe no País. “É um círculo vicioso: as pessoas dizem que não compram o livro porque ele é caro, mas também ele é caro porque têm poucos compradores de livros”, afirmou, destacando que essa falta de hábito é capaz até de anular os efeitos da desoneração fiscal aos livros promovida pelo governo em 2004.

Aventure-se nos sebos
Enquanto esse “círculo vicioso” não se quebra, quem está com o orçamento apertado a ponto de não poder adquirir um livro pode recorrer aos sebos. E se você é daqueles que associam os sebos a lugares empoeirados, cheirando a bolor e desorganizados é bom rever seus conceitos. Hoje, o consumidor encontra lojas de livros usados que aliam preço baixo à qualidade de atendimento, disponibilizando lojas bem arejadas e limpas, e que até contam com espaços culturais e lanchonetes.

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Algumas delas, apostando na comodidade de seus clientes, já aderiram ao comércio virtual, e colocam todo seu acervo na rede, com possibilidade de entregar o produto em casa.

Para os que estão à procura de títulos específicos, existem sebos especializados nas áreas de ciências humanas (psicologia, filosofia, política, história, artes, etc), jurídicas, evangélicas, e até aqueles que contam com edições esgotadas nas livrarias comuns.

Em relação a preços, dependendo do livro, a diferença pode valer a pena. Para se ter uma idéia, uma edição nova de uma obra de referência, como o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, custa cerca de R$ 140, enquanto a versão usada é vendida por R$ 85.

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Já o Código de Processo Civil (volume 1) pode ser encontrado ao preço de R$ 37 em um sebo, enquanto na livrariacusta R$ 73,20. Se a opção for por um best-seller, como Harry Potter e a Pedra Filosofal, o livro novo é vendido por aproximadamente R$ 29, enquanto a versão de segunda mão é cotada a R$ 23.

Um clássico da literatura brasileira, como Os Sertões, de Euclides da Cunha, é comercializado pelo valor de R$ 35, em um sebo, e por quase R$ 52, no caso da edição nova.

Quanto à forma de pagamento, além do dinheiro e dos cheques, algumas lojas oferecem a possibilidade de efetuar as compras com cartão de crédito, de débito ou ainda com depósito em conta-corrente.

Cuidados na compra
Uma boa parte dos sebos, hoje, comercializam livros em tão bom estado que até parecem novos. No entanto, você pode se deparar com alguns produtos mais antigos (embora bem conservados). Para que o barato não fique mais caro, é importante verificar aspectos gerais do livro, como se ele possui páginas com anotações ou marcações à tinta, dobraduras nas capas e manchas no miolo, além de corte irregular; marcas de cupim, que podem interferir na leitura; bordas escurecidas ou marcas de umidade.

Caso verifique um desses problemas e ainda assim queira levar o livro, a dica é pechinchar um desconto. Outra possibilidade é oferecer um livro que você já possui como parte do pagamento da obra que está adquirindo.

Caso vá comprar pela rede, colete o máximo possível de informações sobre o produto, já que você só terá contato com ele no dia da entrega. Use o espaço para perguntas e faça quantas considerar necessárias, para que o negócio fique o mais claro possível.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney