Bilionário dos carros de luxo batidos expande império em países como Brasil

Modelos esportivos e de luxo com batidas e arranhões são vendidos por 1/4 do preço

Bloomberg

(Shutterstock)

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A Ferrari 812 Superfast 2019 é uma supermáquina, sob qualquer parâmetro. Com 789 cavalos de potência e velocidade máxima de 349 quilômetros por hora, é vendida por cerca de US$ 363 mil.

O carro pode ser seu por uma fração do preço, caso você seja rápido e não se importe com algumas partes amassadas e arranhões.

A Copart vende o modelo azul on-line com um lance máximo de US$ 91.500. É um dos quase 200 mil veículos disponíveis em seu depósito de ferro-velho, que inclui supercarros e veículos comuns, alguns com leves arranhões e outros classificados com perda total.

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O negócio de vender automóveis com defeito nunca esteve tão bom para o fundador da Copart, Willis Johnson, nascido em Oklahoma, que transformou os acidentes de motoristas em uma fortuna de US$ 1,9 bilhão, segundo o Índice de Bilionários Bloomberg.

Com 72 anos, o empresário acumulou uma rede de ferro-velho nos EUA, Brasil, Reino Unido e Oriente Médio e, na semana passada, abriu uma unidade de nove hectares em Berlim. O genro Jay Adair é presidente da empresa e possui uma participação de mais de U$$ 800 milhões.

As ações da Copart acumulam alta de 81% este ano, o que avalia a empresa com sede em Dallas em US$ 20 bilhões. Com os avanços tecnológicos, consertar carros ficou mais caro, o que tende a ser amortizado pelas seguradoras.

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A expansão internacional também é fator de expansão, segundo informações divulgadas pela empresa em teleconferência em setembro. Outro fator: motoristas distraídos por telefones celulares contribuem para uma oferta abundante de carros à venda pela Copart.

Motoristas distraídos

“Havia muita preocupação de que a tecnologia de segurança reduzisse os acidentes e, portanto, haveria menos carros para leilão – bom para a sociedade e ruim para a Copart“, disse Craig Kennison, analista sênior de pesquisa da Baird.

Mas o aumento de smartphones não foi levado em conta, acrescentou. “Os carros podem ser mais seguros, mas os motoristas estão mais distraídos.”

Johnson e Adair não quiseram comentar por meio da porta-voz Fatima Ali.

Ao contrário daqueles que ficaram ricos com redes sociais, biotecnologia ou hedge funds, a ascensão de Johnson foi muito mais corajosa.

Seis meses após terminar o ensino médio na Califórnia, Johnson foi convocado para o Exército. Ficou um ano no Vietnã, onde ganhou a medalha Coração Púrpura e voltou a trabalhar no pátio de ferro-velho do pai.

Johnson comprou seu próprio pátio em 1972 por US$ 75 mil, e vendeu a casa para financiar a compra. A esposa e os dois filhos pequenos foram morar num trailer de dez metros, escreveu em sua autobiografia “Junk to Gold”.

O trailer está muito longe da mansão do Tennessee comprada por ele em 2010 por US$ 28 milhões, e que pertencia à cantora de música country Alan Jackson. Agora Johnson possui uma ampla coleção de carros clássicos na propriedade próxima a Nashville.

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