Argentina tem 35% de chance de ser campeã da Copa do Mundo; Marrocos segue como azarão e tem 9%

França é a grande favorita, com 45% de probabilidade, enquanto a Croácia, que eliminou o Brasil, tem só 11%; entenda o cálculo das probabilidades

Lucas Sampaio

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A Argentina tem 35% de chance de ser campeã da Copa do Mundo e o Marrocos é mais uma vez o grande azarão, com apenas 9%, apontam as probabilidades implícitas de palpites feitos em sites de apostas.

Já a França é a grande favorita a conquistar o bicampeonato mundial, com 45% de probabilidade, enquanto a Croácia, que eliminou o Brasil nos pênaltis nas quartas de final, tem só 11%. As semifinais, que definirão os finalistas do maior torneio de futebol do planeta, começam amanhã.

Dias e horários das semifinais da Copa do Catar:

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As porcentagens foram calculadas pelo InfoMoney com base nas “odds” de 3 casas de apostas esportivas (bet365, sportingbet e beftair). A probabilidade implícita mostra as odds em porcentagens, excluindo a margem de lucro das casas de apostas esportivas on-line.

A odd é um multiplicador do valor que um apostador ganha se acertar o seu palpite e, quanto mais próximo de 1 ela está, mais provável um resultado é (e quanto mais longe, mais improvável). Por isso, elas implicitamente apontam a probabilidade de um determinado resultado acontecer.

Quem vai ser a campeã? Odds Probabilidade
Seleção bet365 sportingbet betfair implícita
França 2,10 2,10 2,10 45%
Argentina 2,70 2,65 2,63 35%
Croácia 8,50 8,00 8,50 11%
Marrocos 10,00 10,00 11,00 9%

Marrocos: o grande azarão

Antes do início da Copa, Marrocos era uma das seleções com menor chance de chegar à final do torneio: apenas 0,29%, ao lado de países como Camarões, Japão, Canadá, Gana e Coreia do Sul, apontavam os palpites.

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Mas os marroquinos surpreenderam mais uma seleção europeia no sábado (10), ganharam de Portugal e fizeram história, ao se tornar o 1º país africano a chegar a uma semifinal do torneio (nas oitavas de final, já haviam contrariado as probabilidades e eliminado a também favorita Espanha, nos pênaltis).

Apesar de ser o grande azarão da Copa até agora, Marrocos se classificou em 1º lugar do seu grupo, à frente da também semifinalista Croácia, e eliminou ainda na fase de grupos a Bélgica — uma das seleções favoritas ao título. Agora, vai enfrentar na semifinal a França, que ganhou da Inglaterra.

‘Lucro’ de 30.000%?

A possibilidade de a seleção de Marrocos ser campeã do mundo era tão improvável que as casas de apostas esportivas on-line pagavam odds de até 301 pelo resultado. Isso significa que, quem apostou R$ 100 na zebra marroquina antes do início da Copa, pode ganhar até 30.000% de “lucro” se isso ocorrer.

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Algoz da seleção brasileira, a Croácia tinha apenas 1,70% de chance de ser campeã (e pagava odds de até 51).

O Brasil, por exemplo, era o maior favorito para vencer a Copa, com 19,3% de probabilidade, e pagava odds de apenas 4,50. Na sequência vinham Argentina (13,3%) e França (10,8%), segundo as “odds” dos 3 sites (ou seja: ao longo do torneio, os franceses passaram a ser mais favoritos que os argentinos).

País Odd bet365 Odd sportingbet Odd betfair Odd máxima Probabilidade implícita
Brasil 4,5 4,5 4,5 4,5 19,28%
Argentina* 6,5 6 6,5 6,5 13,34%
França* 8 8 7,5 8 10,84%
Espanha 9 9 8,5 9 9,64%
Inglaterra 9 9 9 9 9,64%
Alemanha 11 11 12 12 7,23%
Holanda 16 13 15 16 5,42%
Bélgica 17 17 17 17 5,10%
Portugal 15 17 15 17 5,10%
Dinamarca 29 29 23 29 2,99%
Uruguai 41 41 41 41 2,12%
Croácia* 51 41 36 51 1,70%
Sérvia 81 81 91 91 0,95%
Suíça 101 81 91 101 0,86%
Senegal 126 81 126 126 0,69%
Estados Unidos 151 101 126 151 0,57%
México 151 101 91 151 0,57%
Polônia 151 101 176 176 0,49%
País de Gales 201 151 126 201 0,43%
Equador 151 151 251 251 0,35%
Marrocos* 201 251 301 301 0,29%
Camarões 251 251 301 301 0,29%
Japão 251 251 301 301 0,29%
Canadá 201 251 301 301 0,29%
Gana 251 251 301 301 0,29%
Coreia do Sul 251 251 301 301 0,29%
Catar 251 251 426 426 0,20%
Irã 501 501 501 501 0,17%
Austrália 351 401 501 501 0,17%
Tunísia 501 401 501 501 0,17%
Costa Rica 751 601 501 751 0,12%
Arábia Saudita 751 601 501 751 0,12%

* seleções que ainda estão na Copa

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As odds (e portanto as probabilidades) foram mudando ao longo do torneio, porque levam em conta as apostas que estão sendo feitas. As que estão na tabela acima foram calculadas pelo time quantitativo da área de research da XP três dias antes do início da Copa.

Com base nas odds, a equipe quant calculou a probabilidade implítica de cada seleção ser campeã. Para isso, considerou a maior chance disponível para um determinado resultado e converteu essas chances em probabilidades (excluindo a margem de lucro da casa de aposta).

4,3% de chance de chegar à semifinal

Os analistas da XP também fizeram um levantamento próprio e estimou que Marrocos tinha 4,3% de chegar à semifinal (o que já conseguiu) e apenas 1,3% de chegar à final. A França tinha 28,7% e 17,4%, respectivamente; a Argentina, 28,7% e 18,4%; a Croácia, 16,9% e 7,0% (veja na tabela abaixo).

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A XP diz que as probabilidades foram feitas com uma metodologia de “machine learning” e raspagem de dados, usando dados de características das equipes, posições em rankings e desempenho em partidas recentes para construir “um modelo de regressão logística multinominal, que estima a probabilidade de cada resultado para cada partida”.

Equipe de análise quantitativa da área de research da XP calcula as chances das seleções na Copa do Mundo (Reprodução/XP)

O modelo simulou a relação entre esses dados e o resultado (vitória, derrota ou empate), a partir de dados de 820 partidas extraídas do Sofascore, incluindo torneios anteriores, eliminatórias e amistosos. Também foram adicionados os rankings da Fifa e Elo, “bem como a diferença das estatísticas médias entre as equipes, para tentar inferir sobre o resultado da partida, presumindo que uma diferença menor entre as duas equipes leva a um jogo mais equilibrado”.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.