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Viajantes acostumados a checar o e-mail gratuitamente quando percorrem o mundo muitas vezes têm uma surpresa desagradável quando procuram wi-fi público na Alemanha.
Muitos restaurantes, cafeterias e hotéis restringem o acesso às suas redes ou não oferecem nenhuma, fazendo com que os visitantes tenham dificuldades para se conectar ou acabem pagando tarifas caras de roaming.
Esse é o resultado de uma decisão de 2010 da mais alta corte civil da Alemanha, que tornou os provedores de internet ao público responsáveis pelas atividades ilegais dos clientes que utilizam sua conexão.
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A maior economia da Europa oferece apenas 1,9 ponto de acesso para cada 10.000 habitantes, contra 4,8 nos EUA, 29 no Reino Unido e 37 na Coreia do Sul, segundo um estudo da Eco, associação alemã que representa 800 empresas de internet. A falta de wi-fi grátis na Alemanha atraiu a atenção da chanceler Angela Merkel, que está prometendo reformular a lei de telecomunicações do país como parte de um impulso digital mais amplo.
“Os milhares de turistas que visitam o edifício Reichstag todos os anos não conseguem acessar wi-fi grátis”, disse Klaus Landefeld, membro do conselho da Eco para infraestrutura e redes de internet, sobre os visitantes do edifício do Parlamento alemão, em Berlim. “Não por preocupações de segurança, mas por causa da regra de responsabilidade jurídica das operadoras”.
Alexander Fitz, que tem o lema de vida do fundador da Apple Inc., Steve Jobs, “continue com fome, continue bobo”, tatuado na parte superior do braço, pretendia provocar sua própria mini-revolução do wi-fi quando assumiu os negócios do hotel de sua família
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Acesso limitado
Em vez disso, o CEO teve que abandonar o plano de oferecer acesso livre nos 60 estabelecimentos de propriedade da H-Hotels AG, com sede em Bad Arolsen, Alemanha, devido à preocupação com os possíveis custos legais por ignorar a decisão judicial. Apenas 65 por cento dos hotéis alemães oferecem acesso público a internet, contra 80 por cento dos estabelecimentos pela Europa, segundo a Hotelverband Deutschland, a associação do setor.
“Nossos clientes internacionais, em particular, esperam um wi-fi grátis e rápido”, disse Fitz, que tem 45 anos. “Mas os parlamentares alemães realmente não facilitam as coisas para nós”.
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Merkel disse a uma organização que faz lobby para os hotéis, neste mês, que a Alemanha, uma potência industrial conhecida pela inovação, está ficando para trás em relação a iniciativas relacionadas à internet e que precisa muito se recuperar. O governo de Merkel está prometendo introduzir um projeto de lei no início do ano que vem — meses depois do programado — para remover os riscos legais associados à oferta de acesso à internet ao público.
“Somos os únicos na Europa que têm um arcabouço legal como esse”, disse Tankred Schipanski, parlamentar do partido do governo e de Merkel, o CDU. “Definitivamente precisamos de clarificação jurídica, pelo menos para hotéis e restaurantes”.
Impulso digital
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Reescrever a lei de telecomunicações do país é um componente-chave da iniciativa digital de Merkel que tem o objetivo de ajudar as empresas alemãs de tecnologia a competirem com firmas como Facebook Inc. e Google Inc. O plano inclui uma conexão de alta velocidade em cada residência alemã até 2018. Atualmente, cerca de 60 por cento das residências do país têm banda larga.
“A distribuição de W-LAN na Alemanha não é tão boa quanto em outros países”, disse Merkel à associação de hotéis, em uma reunião, em Berlim. “Eu estou pessoalmente envolvida com o esforço para remediar isso”.
Merkel poderia começar consertando o ponto de acesso na sede de seu partido em Berlim. Em um fórum recente que ela organizou no Konrad-Adenauer-Haus para a comunidade digital da Alemanha, os visitantes não puderam se conectar ao wi-fi.
