Aeroportos: mesmo as lanchonetes populares desrespeitam preços máximos

SÃO PAULO – Quem viaja de avião no Brasil sabe que um simples lanche no aeroporto pode sair muito caro. Mas, desde 2012, a Infraero começou a instalar lanchonetes populares nos aeroportos do Brasil, nas quais 15 produtos têm preços controlados.

Para saber se essa iniciativa está realmente funcionando, visitamos lanchonetes populares nos aeroportos das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo. Vimos que, de fato, os 15 itens considerados básicos, como água, café, refrigerante e pão de queijo, oferecidos a preços reduzidos podem render economia aos passageiros.

Exemplo: um copo de leite na lanchonete popular do Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, custa R$ 1,20, quatro vezes menos que os abusivos R$ 4,80 cobrados em um estabelecimento convencional do mesmo aeroporto.

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Preços máximos desrespeitados
Por outro lado, constatamos problemas. Muitos locais não respeitam o preço máximo estabelecido pela Infraero, como os aeroportos de Curitiba, Salvador e Porto Alegre. E, no caso dos produtos livres que podem ser comercializados – e que deveriam seguir a premissa de ter valores mais baratos que os de outros estabelecimentos –, chegam a ser até mais caros.

Uma empanada custa R$ 6,50 na lanchonete popular Palheta, no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, enquanto o mesmo produto sai a apenas R$ 3,60 na Kafe, uma lanchonete convencional. Os destaques positivos ficam com as populares dos aeroportos de Curitiba, Recife e Porto Alegre, que cumprem a proposta de preços baixos em todos os produtos.

Bebida e informação de menos
Um flagrante exemplo de fraude é a quantidade de bebida servida. Descobrimos que muitas lanchonetes populares, como as dos aeroportos de Rio de Janeiro (Santos Dumont), São Paulo (Congonhas), Recife e Fortaleza, servem capacidades menores que as estipuladas pelo contrato da Infraero, e, claro, cobrando o mesmo valor.

Outra coisa que atrapalha é a própria falta de informação sobre as lanchonetes. Somente metade dos aeroportos – Curitiba, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro (Santos Dumont) – têm cartazes indicando sua existência. Apesar disso, eles não apontam a localização. Se não bastasse, algumas lanchonetes, como a do Gilberto Freire, de Recife, ficam em áreas isoladas e distantes do aeroporto.

Copo de leite: quatro vezes mais barato
Um copo de leite na lanchonete popular do Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, custa 1/4 do valor do que é cobrado em um estabelecimento convencional no mesmo local (respectivamente, R$ 1,20 e R$ 4,80). Há disparidades em todos os aeroportos, com diferenças de valor alcançando até 300% nos produtos tabelados. Por outro lado, muitos produtos não tabelados pela Infraero para as lanchonetes populares, que deveriam seguir a premissa de preços mais econômicos, têm o mesmo valor, ou até maior, que o dos estabelecimentos normais. É o caso da brownie da popular BC Express, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que custa R$ 6,75, sendo R$ 2,25 mais caro que o do estabelecimento Fly Café, que sai a R$ 4,50.

Veja as diferenças abaixo: