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Uma rara primeira edição de “O Príncipe”, a famosa obra do diplomata italiano do Renascimento Nicolau Maquiavel, será leiloada com um preço estimado de até £ 300 mil, aproximadamente R$ 2 milhões.
A obra, que se tornou sinônimo de tramas políticas, é uma das apenas 11 primeiras edições conhecidas do livro, segundo a casa de leilões Sotheby’s.
Enquanto todas as outras cópias estão em bibliotecas institucionais, em sua maioria na Itália, esta edição vem de um colecionador privado e era previamente desconhecida.
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Impressa em 1532, a obra está encadernada com “História de Florença”, outro trabalho de Maquiavel, em uma encadernação italiana.
Gabriel Heaton, especialista em Livros e Manuscritos da Sotheby’s, comentou que este é o primeiro exemplar que se tem conhecimento a ser leiloado em décadas.
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“Temos uma das grandes obras da teoria política de todos os tempos, um dos livros mais famosos do século 16, e é uma primeira edição, uma oportunidade única”, afirmou Heaton em entrevista à CNN.
O leilão, que ocorrerá em Londres, está programado para acontecer entre 28 de novembro e 12 de dezembro.
A cópia de “O Príncipe” é especial não apenas por sua raridade, mas também por estar ligada a um período tumultuado da história política italiana.
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Maquiavel, que trabalhou como diplomata no governo florentino até a queda da república em 1512, escreveu “O Príncipe” em 1513, após ser preso sob suspeita de conspiração.
A obra, dedicada ao governante florentino Lourenço de Médici, circulou como um manuscrito antes da morte de Maquiavel em 1527. O texto foi banido pela Igreja Católica em 1559, sendo considerado perigoso para a fé e a moral dos católicos romanos.
A cópia disponível para venda, que esteve em uma biblioteca italiana até meados do século 19, passou por várias mãos antes de ser adquirida por um colecionador privado inglês.
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A página de título foi removida, possivelmente para evitar que fosse apreendida pelas autoridades, o que a casa de leilões descreve como evidência material do “status ilícito do texto na Itália renascentista após 1559.”