1% dos brasileiros mais ricos tem 43% da riqueza familiar do país, diz estudo

O estudo faz uma análise da riqueza mantida por 5 bilhões de adultos em todo o mundo em dólar e foi divulgado nesta quinta-feira (18)  

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A desigualdade não é uma novidade no Brasil, mas o estudo anual do Credit Suisse Global Wealth Report, que analisa dados sobre a renda dos indivíduos ao redor do mundo, mostra o abismo que nos divide. Segundo o relatório, 1% da população brasileira possui 43% da riqueza familiar do país.    

Isso porque “o Brasil foi atingido por crises políticas e econômicas e enfrentou sérias dificuldades nos últimos anos”, diz o documento. E explica: “dois fatores-chave que contribuem para a persistente desigualdade de renda em níveis altos são a) a desigualdade na educação na força de trabalho e b) a divisão entre setores formais e informais da economia”.

O estudo faz uma análise da riqueza em dólar mantida por 5 bilhões de adultos em em cerca de 200 países, considerando tanto as camadas mais pobres quanto as mais ricas. O paper foi divulgado nesta quinta-feira (18).

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Segundo os dados apresentados, o Brasil também apresenta uma parcela maior de pessoas com uma riqueza de US$ 10 mil do que se vê ao redor do mundo: 74% contra 64%.

Do outro lado, apenas 0,1% dos brasileiros tem mais de US$ 1 milhão de riqueza. O Brasil tem 154 mil milionários neste ano, ante 164 mil no relatório divulgado em 2017. E a riqueza média por adulto é de US$ 16,664. Vale dizer que o estudo considera milionário alguém com ativos que valem mais de US$ 1 milhão. 

Mundo

Durante 12 meses desde o último relatório, a riqueza global agregada aumentou em US$ 14 trilhões, para US$ 317 trilhões. Isso representa taxa de crescimento de aproximadamente 4,6%. 

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Este crescimento foi menor do que no ano passado, mas superior à taxa média de crescimento na era pós-2008, de modo que a riqueza por adulto cresceu 3,2%. Isso significa que a riqueza média global subiu para US$ 63 mil por adulto, o que é um recorde.

Os Estados Unidos continuaram seu período ininterrupto de ganhos em riqueza desde a crise financeira global, somando outros US$ 6 trilhões para o estoque de riqueza global. A Alemanha, França e o Reino Unido registraram um aumento de quase US$ 1 trilhão cada, e a Itália e o Japão, cerca de US$ 500 bilhões cada um.

As principais perdas foram no Brasil (queda US$ 380 bilhões), Turquia (queda de U$$ 190 bilhões) e Argentina (queda de US$ 130 bilhões). A Venezuela provavelmente teve um resultado ainda pior, mas o relatório não conseguiu colher uma estimativa confiável, “dado o colapso da taxa de câmbio”.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.