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Sociedade espera liderança das empresas durante pandemia, aponta Carlo Pereira

Secretário-executivo do Pacto Global da ONU afirma que setor público sozinho não consegue dar conta dos problemas da crise
Por  Um Brasil -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

As pessoas acreditam que os CEOs devem liderar as questões sociais e ambientais sem que esperem a iniciativa do governo para atuar. Há uma expectativa por maiores propósitos das empresas e que eles estejam alinhados aos anseios da sociedade, especialmente em um momento de crise aguda.

A avaliação é do secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), Carlo Pereira, em entrevista ao UM BRASIL – uma realização da FecomercioSP. Químico e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), ele tem cerca de 20 anos de experiência em temas relacionados à sustentabilidade corporativa.

O Pacto Global da ONU advoga por dez princípios universais sobre direitos humanos, direitos fundamentais no trabalho, meio ambiente, desenvolvimento, combate à corrupção, entre outros. A constatação a respeito do papel das organizações privadas parte de uma pesquisa feita pelo Pacto Global com a consultoria de comunicação Edelman.

“O barômetro da confiança mede o que a sociedade espera de diferentes setores. Identificamos em 2019 que 28% dos brasileiros confiam no governo; 46%, na mídia; 56%, nas empresas; e 76%, em seu empregador”, ressalta. “Também identificamos que as pessoas acreditam nessas companhias como meios de comunicação. Elas querem saber o que essas empresas estão fazendo”, comenta.

“As marcas têm de se posicionar neste momento de pandeia. A esfera pública sozinha não dá conta de uma crise desse tamanho. A interação entre o público e o privado é essencial para que possamos endereçar desafios dessas proporções”, pondera Pereira.

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Sobre esse posicionamento, ele cita empresas que voltaram suas fábricas à produção de itens essenciais ao enfrentamento da pandemia, à construção de hospitais de campanha e à doação de insumos hospitalares e de alimentos. “Um fundo próprio a esses recursos já soma mais de R$ 4 bilhões em doações”, enfatiza.

Retomada dos negócios

Para Carlo Pereira, tentar reabrir a economia sem a clareza total sobre o atual alcance da covid-19 é preocupante. Mas ele pontua que há ferramentas para auxiliar nesse diagnóstico macro. Pereira comenta sobre a plataforma Covid Radar – elaborada por grandes empresas, institutos e universidades ligadas ao Pacto Global da ONU –, que mapeia informações sobre a pandemia de coronavírus e possibilita que seja traçada uma estratégia de retomada da economia brasileira.

“É a maior base de dados do Brasil com informações públicas, privadas, demográficas, de mobilidade, de saúde e econômicas, o que nos dá uma clareza da movimentação desse vírus. Isso permite uma certa coordenação e inteligência para doações do setor privado, além de servir como fonte para meios de comunicação e secretarias de Saúde”, explica.

Um Brasil Convida empresários, especialistas, pensadores e acadêmicos de todo o mundo para análises precisas e aprofundadas sobre as questões mais importantes nos cenários econômico e político do País. Uma realização da FecomercioSP, a plataforma UM BRASIL reúne uma gama variada de visões, trabalha pelo aprimoramento do senso crítico do cidadão brasileiro e funciona como um hub plural de conexão de ideias transformadoras.

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