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Mercado financeiro entendeu que tem responsabilidade com as mudanças climáticas

Para o CEO da BlackRock no Brasil, Carlos Takahashi, enquanto o governo titubeia, setor privado assume o protagonismo sustentável no País
Por  Um Brasil -
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Enquanto o governo brasileiro hesita em tratar a pauta ambiental como prioridade, as empresas, principalmente as que atuam no mercado financeiro, reforçam o seu compromisso com ações sustentáveis, inclusive cobrando umas às outras a adoção de medidas que favorecem a pauta de preservação do meio ambiente. Com isso, de acordo com o CEO da BlackRock no Brasil, Carlos Takahashi, o setor privado está “assumindo o protagonismo” sustentável no País.

Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Takahashi ressalta que a agenda Ambiental, Social e de Governança Corporativa (ASG) tem recebido cada vez mais destaque no universo empresarial, ao ponto de se tornar requisito fundamental nas decisões de investimento de diversas companhias. Segundo ele, a BlackRock, por exemplo, incentiva que potenciais empresas parceiras tornem a sustentabilidade uma pauta transversal em toda a cadeia do negócio.

“Parece que, definitivamente, o mercado financeiro entendeu a sua responsabilidade e está assumindo um papel de enorme relevância para promover essa agenda. Então, ainda que tenhamos controvérsias com relação às manifestações vindas do lado público, temos o setor privado tomando a frente desta agenda, o que é muito positivo para o País”, salienta o executivo.

De acordo com Takahashi, a pandemia evidenciou que a preocupação com as mudanças climáticas foi, de fato, absorvida pelo mundo corporativo, uma vez que a pauta sustentável não foi deixada de lado em meio à situação calamitosa desencadeada pelo contágio do novo coronavírus.

“O que notamos em relação à retomada verde é, definitivamente, o setor privado assumindo o protagonismo. Então, não é, digamos assim, modismo ou tendência. A ASG – tratar adequadamente as questões ambientais, sociais e de governança – não é apenas incluir. É incorporar nas atividades. Este nível de consciência, de forma geral, parece ter chegado ao setor privado brasileiro em diversos segmentos”, avalia.

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Além disso, o executivo pontua que é preciso ficar claro que “se não cuidarmos das questões climáticas, talvez não tenhamos um planeta para cuidar das questões sociais”. Nesse sentido, ele pondera que, apesar de o governo brasileiro negligenciar o tema, o País, por ser detentor de uma “matriz energética favorável”, ainda tem a “possibilidade muito grande de assumir uma posição protagonista no crescimento sustentável”.

De qualquer forma, Takahashi afirma que o avanço da agenda ambiental no mercado financeiro é evidente. “Uma grande amiga minha usa esta frase: ‘A ASG passou do anexo para as páginas principais’. Então, é isso que está acontecendo e traz uma implicação profunda em todos os setores. Como falei, a sustentabilidade tem sido incorporada definitivamente em cada uma das atividades”, declara.

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